Um grupo de 5 mil indígenas, na imensa maioria mulheres, passou o dia 7 de setembro acampado no Eixo Monumental de Brasília – a larga avenida em que ficam os prédios públicos da capital
A três quilômetros do acampamento, Jair Bolsonaro reuniu dezenas de milhares de apoiadores de extrema direita que pediam um golpe de estado e o fechamento do Supremo Tribunal Federal. As avenidas que margeiam o acampamento foram as vias usadas pelos bolsonaristas para chegar e sair do protesto.
O acampamento no coração da capital do país foi uma dura metáfora da situação dos povos indígenas em todo o Brasil. Cercados de inimigos por todos os lados e tendo que lidar com o descaso das autoridades que deviam protegê-los. Por causa disso, as mulheres tiveram que cuidar elas mesmas da própria segurança.
O seu futuro está sendo decidido longe dos palanques.
Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.
Essas articulações não ganham manchete na grande mídia. Mas o Intercept está lá, expondo as alianças entre religião, dinheiro e autoritarismo — com coragem, independência e provas.
É por isso que sofremos processos da Universal e ataques da extrema direita.
E é por isso que não podemos parar.
Nosso jornalismo é sustentado por quem acredita que informação é poder.
Se o Intercept não abrir as cortinas, quem irá? É hora de #ApoiarEAgir para frear o avanço da extrema direita.