Em um vídeo gravado em outubro, Salsicha, o mais novo expoente do MBL, respondeu a dúvidas dos interessados em participar do 3º Congresso do MBL. Em uma delas, alguém pergunta se intervencionistas militares serão bem-vindos e recebe essa resposta:
“Todas as pessoas são bem-vindas. A gente acredita no diálogo e no bom debate.”
Pois bem, não foi o que vi no evento realizado no último fim de semana no luxuoso World Trade Center, considerado o maior complexo de negócios da América Latina. O que vi foi o jornalista Denis Russo do “Nexo”, que assistia aos painéis sem incomodar ninguém, ser expulso pelo crime de portar um bloquinho de papel. Enquanto eu filmava o ocorrido com meu celular, um segurança me abordou e exigiu que eu apagasse o vídeo, caso contrário eu também seria convidado a me retirar. Questionei brevemente, mas acabei acatando — recuperar arquivos da lixeira é uma tarefa simples.
A aversão a quem era de fora daquele mundinho não ficou restrita aos corredores do evento. No palco, logo no primeiro painel do congresso, Renan dos Santos, líder e fundador do MBL, fez um alerta em alto e bom som:
“Se eventualmente vier alguém com uma camerazinha querendo fazer perguntas, que está muito curioso sobre vocês, com bloquinho de notas… Avisa a gente!”
O que conseguimos registrar de melhor (ou, melhor, de pior) está no vídeo que acompanha este texto.
2026 já começou, e as elites querem o caos.
A responsabilização dos golpistas aqui no Brasil foi elogiada no mundo todo como exemplo de defesa à Democracia.
Enquanto isso, a grande mídia bancada pelos mesmos financiadores do golpe tenta espalhar o caos e vender a pauta da anistia, juntamente com Tarcísio, Nikolas Ferreira, Hugo Motta e os engravatados da Faria Lima.
Aqui no Intercept, seguimos expondo os acordos ocultos do Congresso, as articulações dos aliados da família Bolsonaro com os EUA e o envolvimento das big techs nos ataques de Trump ao Brasil.
Os bastidores mostram: as próximas eleições prometem se tornar um novo ensaio golpista — investigar é a única opção!
Só conseguimos bater de frente com essa turma graças aos nossos membros, pessoas que doam em média R$ 35 todos os meses e fazem nosso jornalismo acontecer. Você será uma delas?
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