PPRT: ‘Se a gente não conseguir nem imaginar, como vai construir um mundo novo?’, questiona Don L

No segundo episódio do PPRT, Don L defende um rompimento com o passado colonial: ele quer um futuro possível e coletivo.

PPRT: 'Se a gente não conseguir nem imaginar, como vai construir um mundo novo?', questiona Don L

Criado em bairros marginalizados de Fortaleza, Don L é um revolucionário. Com seus discos, a trilogia “Roteiro Para Aïnouz”, o rapper cearense se desprende do passado colonial e reconta a história brasileira apresentando um novo futuro, possível e coletivo. “Tudo começa quando a gente sai de um estado de não conseguir mais imaginar um mundo novo possível”, ele disse. “Se a gente não conseguir nem imaginar, como que a gente vai construir?”.

Para Don, arte e política são indissociáveis, especialmente no rap. A questão, ele aponta, é se o artista escolhe trabalhar isso de maneira consciente ou não. Por escolher ser consciente sobre o que representa politicamente, Don L é o segundo entrevistado do PPRT, série de conversas sobre política, cidadania e arte do Intercept.

Em um papo sobre desmonte das instituições brasileiras, avanço da extrema-direita, mito da democracia racial, a possibilidade de um novo governo Lula e a necessidade de organização popular contra as limitações da democracia burguesa, Don explica seu papel de “o terror dos Bandeirantes” – uma alegoria construída em “Vila Rica”, segunda faixa de seu último disco.

As entrevistas do PPRT serão publicadas ao longo do mês de setembro, sempre às quintas-feiras.

O seu futuro está sendo decidido longe dos palanques.

Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.

Essas articulações não ganham manchete na grande mídia. Mas o Intercept está lá, expondo as alianças entre religião, dinheiro e autoritarismo — com coragem, independência e provas.

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