Entrevista: ‘Braga Netto faz papel do militar suscetível a ser aliciado por Bolsonaro’, diz Marcelo Pimentel

Em live, coronel da reserva debate a presença das Forças Armadas no atual cenário político brasileiro.

Entrevista: ‘Braga Netto faz papel do militar suscetível a ser aliciado por Bolsonaro’, diz Marcelo Pimentel

A ameaça ao sistema eleitoral brasileiro feita pelo general da reserva Braga Netto, ministro da Defesa de Bolsonaro, é mais uma crise produzida pelos militares para confundir a sociedade e, paradoxalmente, torná-los necessários no debate político brasileiro. Essa é a avaliação do coronel — também — da reserva Marcelo Pimentel, mestre em ciências militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, a Eceme.

Na live “Braga Netto ameaçou a democracia. O que acontece agora?”, Pimentel discutiu comigo a presença das Forças Armadas no atual cenário político nacional.

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar

“É impossível não notar a artificialidade da crise criada para gerar a sensação de que há um risco iminente de ruptura”, afirmou o ex-chefe do Estado-Maior da 7ª Região do Exército. “Braga Netto faz o papel do militar suscetível a ser aliciado por Bolsonaro. E generais que saíram do governo humilhados, caso de Santos Cruz, dos garantidores democráticos”, analisou.

“Isso deixa a sociedade confusa, sem saber para onde vão os militares. Mas militares não têm que ir a lugar algum, politicamente. Tem que exercer suas funções constitucionais”, acrescentou Pimentel.

“Mas abrimos os jornais e só vemos generais falando, uns ameaçando e outros defendendo a democracia. Não tinham que estar fazendo nada disso, mas cumprindo sua tarefa e assim dando exemplo a seus subordinados”, completou o autor de artigos que criticam a volta dos militares à política.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Braga Netto enviou por um interlocutor o seguinte recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP de Alagoas: sem a aprovação do que chama de voto impresso e auditável, não haverá eleições em 2022.

O ministro negou que tenha mandado recado, mas ratificou suspeitas sobre um novo sistema eleitoral brasileiro – criado com a participação de militares.

Para acompanhar os vídeos e as lives do Intercept Brasil, inscreva-se em www.youtube.com/theinterceptbrasil.

O Intercept é sustentado por quem mais se beneficia do nosso jornalismo: o público.

É por isso que temos liberdade para investigar o que interessa à sociedade — e não aos anunciantes, empresas ou políticos. Não exibimos publicidade, não temos vínculos com partidos, não respondemos a acionistas. A nossa única responsabilidade é com quem nos financia: você.

Essa independência nos permite ir além do que costuma aparecer na imprensa tradicional. Apuramos o que opera nas sombras — os acordos entre grupos empresariais e operadores do poder que moldam o futuro do país longe dos palanques e das câmeras.

Nosso foco hoje é o impacto. Investigamos não apenas para informar, mas para gerar consequência. É isso que tem feito nossas reportagens provocarem reações institucionais, travarem retrocessos, pressionarem autoridades e colocarem temas fundamentais no centro do debate público.

Fazer esse jornalismo custa tempo, equipe, proteção jurídica e segurança digital. E ele só acontece porque milhares de pessoas escolhem financiar esse trabalho — mês após mês — com doações livres.

Se você acredita que a informação pode mudar o jogo, financie o jornalismo que investiga para gerar impacto.

Apoie o Intercept Hoje

Conteúdo relacionado

Inscreva-se na newsletter para continuar lendo. É grátis!

Este não é um acesso pago e a adesão é gratuita

Já se inscreveu? Confirme seu endereço de e-mail para continuar lendo

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar