VÍDEO: Impeachment de Dilma caminha para o fim e ameaça democracia brasileira

Glenn Greenwald fala ao Democracy Now sobre o atentado à democracia no Brasil.

Brasília - A presidenta afastada Dilma Rousseff faz sua defesa diante dos Senadores durante sessão de julgamento do impeachment. ( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eu estive no Democracy Now esta manhã, falando sobre a excepcional situação que se desenrola hoje no Brasil; o vídeo (com legendas em português) pode ser visto acima.

Durante as Olimpíadas, o “presidente interino” Michel Temer, temendo vaias, quebrou o protocolo ao exigir que seu nome não fosse anunciado quando ele apareceu na Cerimônia de Abertura (ele foi intensamente vaiado de qualquer maneira) e depois se escondeu, não comparecendo à Cerimônia de Encerramento. Em amplo contraste, a presidente realmente eleita da nação, Dilma Rousseff, decidiu ir ao Senado hoje para confrontar seus acusadores, quando a gangue de corruptos e criminosos que constituem o Senado brasileiro encaminha o fim do julgamento do impeachment, com o resultado virtualmente inevitável de que a presidente duas vezes eleita Dilma seja removida do cargo. É a personificação da covardia x coragem:

VÍDEO: Impeachment de Dilma caminha para o fim e ameaça democracia brasileira
VÍDEO: Impeachment de Dilma caminha para o fim e ameaça democracia brasileira

O aspecto mais notório disso tudo – e o que distingue fundamentalmente o processo de um impeachment nos EUA, por exemplo – é que a remoção de Dilma leva ao poder um partido completamente diferente, que não foi eleito para a presidência. De fato – como documentado por meus colegas do The Intercept Brasil, João Filho e Breno Costa, esta semana –, a remoção de Dilma está empoderando exatamente o PSDB,  partido de direita que perdeu as últimas quatro eleições nacionais, incluindo a derrota para Dilma há 21 meses. Em alguns casos, as mesmas pessoas deste partido que concorreram e perderam estão agora no controle de ministérios chave do país.

Como resultado, o governo não eleito prestes a tomar permanentemente o poder está preparando uma série de medidas –  da suspensão do exitoso programa de combate ao analfabetismo, a privatização dos recursos nacionais e as “mudanças” de vários programas sociais ao abandono das alianças regionais em prol do retorno à subserviência aos EUA – que nunca foram ratificadas pela população brasileira e nunca seriam. Não importa se você chama de “golpe” ou não, isso é a antíteses da democracia, um atentado direto a ela.

Enquanto Dilma entrava no Senado, eu discuti o tema em entrevista ao Democracy Now, esta manhã, que você pode assistir (com legendas em português) no vídeo acima. Também falei sobre os vários aspectos da campanha de 2016 à presidência dos EUA, que podem ser conferidos aqui e aqui.

2026 já começou, e as elites querem o caos.

A responsabilização dos golpistas aqui no Brasil foi elogiada no mundo todo como exemplo de defesa à Democracia.

Enquanto isso, a grande mídia bancada pelos mesmos financiadores do golpe tenta espalhar o caos e vender a pauta da anistia, juntamente com Tarcísio, Nikolas Ferreira, Hugo Motta e os engravatados da Faria Lima.

Aqui no Intercept, seguimos expondo os acordos ocultos do Congresso, as articulações dos aliados da família Bolsonaro com os EUA e o envolvimento das big techs nos ataques de Trump ao Brasil.

Os bastidores mostram: as próximas eleições prometem se tornar um novo ensaio golpista — investigar é a única opção!

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