Em setembro de 2018, o Intercept colocou no ar sua primeira campanha de financiamento coletivo. A ideia era levantar recursos para cobrir a fundo as eleições daquele ano, cruciais para o Brasil. Criado pela fundação First Look Institute, o Intercept começava a buscar independência financeira de seu fundador. No entanto, tínhamos várias barreiras: decidimos não usar o caminho da imprensa no mundo todo, ou seja, nossa missão não nos permitia recorrer a anunciantes privados, dinheiro estatal ou grandes corporações. Também não participaríamos da briga pela audiência a qualquer custo. Era, no fundo, um sonho quase impossível: crescer sem usar o dinheiro disponível no mercado. E, sobretudo, sem perder a independência. Mas fomos surpreendidos por nosso público fiel: a campanha de 2018, que pedia 90 mil reais, arrecadou mais de 120 mil!
Essa iniciativa bem-sucedida deixava claro que muita gente estava disposta a contribuir com um tipo de jornalismo corajoso e imprescindível para o país. Se na época o modelo de negócio era pouco conhecido – e principalmente pouco viável para suportar os altos custos das nossas investigações –, hoje o financiamento coletivo recorrente que começamos logo após as eleições é nossa maior fonte de receita. No médio prazo, estamos no caminho certo para fazer do Intercept uma redação jornalística autossustentável, um dos poucos casos no mundo todo. Isso não aconteceu à toa.
Desde então, o Intercept promove jornalismo que dá nome aos bois e põe o dedo na ferida ao incomodar governos, a extrema direita, grandes empresas de mídia, as gigantes da tecnologia, de alimentos, da moda, mineradoras, políticos e lobistas. Com a Vaza Jato, revelamos para o mundo a engrenagem obscura e ilegal da operação Lava Jato, até então aclamada pela imprensa tradicional – que, hoje, embarca na candidatura de Sergio Moro à Presidência da República de maneira vergonhosa.
O Intercept se tornou indispensável ao expor a corrupção e a injustiça social, tendo o jornalismo combativo como ferramenta. É assim que o dinheiro investido mensalmente por mais de 12 mil apoiadores volta para a sociedade – na forma de reportagens e documentários que investigam o poder e são capazes de gerar impacto real na vida das pessoas. Nosso trabalho já libertou pessoas presas injustamente e apontou os caminhos para que os verdadeiros malfeitores fossem responsabilizados. São centenas de exemplos nesses 5 anos.
Este ano teremos eleições. É um daqueles momentos em que fazer jornalismo demanda ainda mais recursos, trabalho, segurança física e jurídica, dinheiro, foco e atenção. É um daqueles momentos em que fazer jornalismo com relevância pode transformar a realidade — e moldar o futuro no qual vamos viver. O Brasil não pode perder a chance que 2022 nos dá. A tragédia social é incalculável caso o projeto de poder instalado no país siga comandando a nação no futuro próximo.
Assim como em 2018 recorremos a pessoas que acreditam na importância do jornalismo corajoso e sem rabo preso, hoje precisamos de você mais do que nunca. Para o Intercept, 2022 começa aqui e começa agora.
Para garantir um orçamento que viabilize uma cobertura eleitoral à altura da que queremos fazer, precisamos bater metas agressivas desde já. Para fazer a cobertura mais combativa da imprensa nacional, nossa arrecadação precisa ser do tamanho da nossa vontade. E nossa vontade é gigante.
Queremos pedir que você nos ajude a sonhar grande e a expandir nossas possibilidades. Temos ousadia, experiência e sabemos os caminhos para causar impacto e promover mudanças. Precisamos que mais pessoas venham com a gente.
Se você já apoia o Intercept, antes de mais nada, obrigado! Mas queremos te pedir um favor. Ajude a divulgar nosso trabalho e traga mais gente para fazer parte dessa comunidade engajada que contribui com o jornalismo que investiga, responsabiliza e transforma. Chame um amigo, um parente, aquele colega do trabalho. Precisamos de mais apoiadores para seguir com autonomia e independência na cobertura eleitoral de 2022.
Se você ainda não é apoiador, pense no impacto do nosso jornalismo até aqui. Só para citar alguns exemplos de grandes coberturas: a Vaza Jato; as investigações do assassinato de Marielle Franco (fomos os primeiros a apontar o envolvimento da milícia); as denúncias sobre a exportação ilegal de madeira que culminaram na saída do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles; a exposição de diversos canais de extrema direita que burlavam regras do YouTube, levando à derrubada de vários deles; o vídeo exculsivo do caso Mariana Ferrer, que foi capaz de gerar uma lei para proteger pessoas vulneráveis de assédio em julgamentos; a reportagem que revelou o financiamento da manifestação golpista de 7 de setembro e levou o STF a bloquear R$ 20 milhões da Aprosoja; a denúncia da compra de respiradores fantasmas em Santa Catarina, que causou a denúncia de 14 envolvidos pelo MPSC; e a investigação da Gana Gold, mineradora que funcionava de forma clandestina na Amazônia e após nossa reportagem teve seu funcionamento embargado pelo ICMBio, além de ser multada em R$ 10 milhões.
Agora pense no que ainda podemos fazer no ano em que políticos, empresários e lobistas vão tentar defender seus próprios interesses, em detrimento do que é de interesse público. O “mercado”, vocês sabem, está com um pé na canoa de Jair Bolsonaro, e outro na de Sergio Moro. Não podemos deixar isso acontecer de novo. No que depender da gente, não vamos deixá-los em paz.
🚨 O QUE ENFRENTAMOS AGORA 🚨
O Intercept está vigiando manobras eleitorais inéditas da extrema direita brasileira.
Os golpistas estão de cara nova, com seus ternos e sapatênis. Eles aprenderam estratégias sofisticadas de marketing digital para dominar a internet, que estão testando agora nas eleições municipais.
O objetivo final? Dominar bases de poder locais para tomar a presidência e o congresso em 2026.
Não se deixe enganar: Bolsonaro era fichinha perto dos fascistas de sapatênis…
O Intercept não pode poupar esforços para investigar e expor os esquemas que colocam em risco nossos direitos e nossa democracia.
Já revelamos as mensagens secretas de Moro na Lava Jato. Mostramos como certas empresas e outros jornais obrigavam seus trabalhadores a apoiarem Bolsonaro. E expusemos como Pablo Marçal estava violando a lei eleitoral.
Mas temos pouco tempo, e muito mais a revelar. Agora precisamos de recursos para colocar mais repórteres nas ruas. Para isso, precisamos de sua ajuda. Somos financiados por nossos leitores, não pelas empresas ricas que mandam em Brasília.
Faça parte do nosso time para causar o impacto eleitoral que você não verá em nenhum outro lugar! Faça uma doação de qualquer valor ao Intercept hoje mesmo!