Eis que o Financial Times, em uma análise sobre a economia brasileira, cravou que Jair Bolsonaro – o militar da reserva e deputado federal que faz apologia da tortura, da pena de morte e do estupro – é o favorito nas eleições presidencias do ano que vem. O periódico londrino, ao que parece, fez uma conta simples.
Bolsonaro, ou Bolsomito, para o séquito que o venera com religiosidade neonazista, está em segundo na pesquisa CNT/MDA e na do Poder360, ambas divulgadas esta semana.
“Ah, mas segundo lugar não é favorito.” Bem, não é. Mas as chances de a Justiça impedir Lula de concorrer são cada vez maiores. Sem o líder petista e se as eleições fossem hoje, Bolsonaro, ganharia de qualquer um. E, pasmem, com folga.
Apesar dos números, contudo, a imprensa tradicional prefere discutir se o quarto lugar vai ser disputado por Doria ou Alckmin . Há também quem simplesmente garanta que o capitão da reserva nunca chegará lá.
Essa negação faz sentido. As pesquisas são um retrato do momento atual, não do futuro. Além disso, ninguém (ou quase ninguém) quer que o pior aconteça. É melhor, portanto, acreditar na hipótese de insanidade coletiva passageira. Vale dizer que boa parte dos americanos também pensavam assim. E agora a ONU faz cara de paisagem enquanto um desajustado berra que vai destruir uma nação inteira.
O seu futuro está sendo decidido longe dos palanques.
Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.
Essas articulações não ganham manchete na grande mídia. Mas o Intercept está lá, expondo as alianças entre religião, dinheiro e autoritarismo — com coragem, independência e provas.
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