Expedição da Funai: índia djapá observa da janela de sua maloca homens brancos chegando na sua aldeia, no Vale do Javari, no Amazonas. (Vale do Javari, Amazonas, 09.05.2001 - Foto de Flávio Florido/Folhapress/Negativo 05635.01)

Polícia investiga massacre de índios isolados enquanto ruralistas avançam sobre a Amazônia

Povos da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, denunciaram crime que teria ocorrido a mando de caçador que invadiu a região.

Expedição da Funai: índia djapá observa da janela de sua maloca homens brancos chegando na sua aldeia, no Vale do Javari, no Amazonas. (Vale do Javari, Amazonas, 09.05.2001 - Foto de Flávio Florido/Folhapress/Negativo 05635.01)

Um genocídio pode estar em curso no país, sem que a maioria dos brasileiros sequer tome conhecimento. Desde terça-feira (29), a Polícia Federal, a pedido do Ministério Público do Amazonas, está investigando o massacre de cerca de 20 índios isolados, pertencentes a um grupo conhecido como Warikama Djapar.

Atualmente uma expedição da Funai está na terra indígena Vale do Javari – a segunda maior do país – e vai tentar confirmar as mortes. Elas teriam acontecido no começo do ano e há indícios de que não tenham sido as primeiras.

Segundo o coordenador técnico da Funai em Eirunepé, Arquimimo do Amaral Silva, há cerca de dois anos índios encontraram ossadas humanas perto da área do suposto massacre. A instituição começou a investigar, mas o processo não foi adiante, por falta de recursos. Ainda segundo Silva, a suspeita é de que esses grupos tenham sido vítimas de um bando de caçadores que vive e atua na região.

Área do tamanho de Portugal

O território do Vale do Javari, no oeste do Amazonas, é do tamanho de Portugal. Tem a maior concentração de povos isolados do mundo, muitos deles com línguas e culturas ainda desconhecidos do restante da civilização. Apesar disso, a área está praticamente abandonada pelo poder público, conta com apenas dez agentes da Funai e vive conflitos constantes.

Uma situação que, a depender do governo Temer, refém da bancada ruralista, tende a piorar. Para o ex-presidente da Funai Antônio Fernandes Toninho Costa, exonerado em maio por não concordar com a contratação de 25 cupinchas do agronegócio, nossos políticos querem acabar com a fundação. O que não é muito diferente de dizer que querem acabar com os índios.

2026 já começou, e as elites querem o caos.

A responsabilização dos golpistas aqui no Brasil foi elogiada no mundo todo como exemplo de defesa à Democracia.

Enquanto isso, a grande mídia bancada pelos mesmos financiadores do golpe tenta espalhar o caos e vender a pauta da anistia, juntamente com Tarcísio, Nikolas Ferreira, Hugo Motta e os engravatados da Faria Lima.

Aqui no Intercept, seguimos expondo os acordos ocultos do Congresso, as articulações dos aliados da família Bolsonaro com os EUA e o envolvimento das big techs nos ataques de Trump ao Brasil.

Os bastidores mostram: as próximas eleições prometem se tornar um novo ensaio golpista — investigar é a única opção!

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