Enquanto o bolsonarismo agoniza e segue defendendo bandeiras golpistas, anti-patriotas e os super ricos, as ruas se voltam a favor do governo Lula. Sabemos que o roteirista do Brasil é imprevisível, mas o cenário para as próximas eleições é promissor para o campo progressista.
A aprovação por unanimidade do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda foi fruto principalmente da pressão popular nas ruas e nas redes. Nas manifestações do dia 21 de setembro, que aconteceram em todo o país, as cobranças foram bem claras: não à Anistia, não à PEC da Blindagem, fim da escala 6×1, taxação dos mais ricos e isenção do IR para os que ganham menos. Dessas, apenas o fim da escala 6×1 ainda não foi pra frente.
Tratado nos atos como “inimigo do povo”, o Congresso percebeu que a insatisfação popular não se restringia ao eleitorado de esquerda. Ficou difícil para os bolsonaristas comprarem essa briga, ainda mais faltando um ano para a eleição. Eles fizeram de tudo para boicotar o projeto, criando brechas para diminuir o imposto dos mais ricos.
Na surdina, lobistas do agro e da indústria escreveram as emendas que foram apresentadas por deputados do PL, Progressistas e Republicanos. De nada adiantou: tiveram que engolir a vitória do povo e de Lula a seco.
Apesar do avanço, a desigualdade tributária no país segue brutal. O Brasil continua sendo o paraíso dos super ricos. A medida está longe de corrigir a aberração que é a cobrança de tributos do país, mas trata-se de um passo importante e inédito em direção à justiça tributária.
Para se ter uma ideia, a partir de agora, 15 milhões de trabalhadores deixarão de pagar ou pagarão menos imposto de renda. Quem vai cobrir essa conta é um grupelho de 140 ou 150 mil ricaços que ganham acima de 50 mil por mês. Menos de 2 Maracanãs lotados vão pagar mais imposto para beneficiar 15 milhões de brasileiros que ganham mal. É o mínimo. A desigualdade social no Brasil é criminosa.
Mesmo obrigados a votar a favor do projeto, os bolsonaristas não conseguiram esconder a insatisfação. Eles não aceitam que os ricos paguem pela isenção dos mais pobres. Voltaram a insistir na ladainha de que os ricos vão sair do país caso sejam mais taxados. Isso geraria um caos na economia, com empresas saindo do país e milhares de brasileiros ficariam sem emprego.
É realmente impressionante como uma bobagem dessas ganha aderência no debate público. É como se fosse possível o véio da Havan abandonar este paraíso tributário para se aventurar em outro país com suas lojas cafonas.
No Brasil, o imposto sobre herança pode chegar a no máximo 8%, uma das menores do mundo. No Japão, na Coreia do Sul, na França e na Alemanha, por exemplo, chega a 50% e 60%. Nos EUA, pode chegar a 40%.
Aos que estão muito preocupados com a saúde financeira dos super ricos, podem ficar tranquilos: eles não vão sair do Brasil por causa de uma tributaçãozinha de 10% a mais no imposto de renda. Eles vão continuar por aqui faturando alto e reclamando da carga tributária.
No mundo surrealista do bolsonarismo, já existe uma fuga de milionários do país desde que o “regime comunista” foi instalado após a eleição de Lula. O aumento do imposto de renda faria esse processo se intensificar. Trata-se do mais puro delírio, já que os dados da Receita Federal apontam justamente o contrário.
Por mais que haja um aumento em números absolutos, proporcionalmente há uma queda. De 2017 a 2024, a porcentagem de ricos que estão indo embora do país vem caindo a cada ano. Nesse recorte de sete anos, em nenhum houve uma fuga maior que 1%.
Isso significa que, apesar da narrativa usada para gerar pânico, não há uma fuga em massa de grandes empresários do país. Eles podem até ir morar naqueles condomínios de luxo cafonas em Miami e Lisboa, mas o seu capital, os seus CNPJs, continuarão girando por aqui. No fim das contas, mesmo com o aumento no imposto de renda, o “comunismo” brasileiro continua sendo uma mãe pros super ricos brasileiros.
Enquanto o bolsonarismo agoniza em praça pública, as forças progressistas vivem um bom momento no jogo político partidário. A isenção do imposto de renda para os que ganham até 5 mil reais é uma vitória da população e também de Lula, que tem conseguido avançar pautas importantes do governo, mesmo cercado pelo Congresso mais reacionário, apátrida e golpista de todos os tempos.
Pela primeira vez em muitos anos, a horda fascistóide do bolsonarismo parece estar desanimada, apanhando nas cordas da opinião pública.
A popularidade do governo aumentou e Lula chega para o último ano de mandato com bandeiras e marcas importantes. Além de ser o candidato que defendeu o país contra ameaças dos EUA, agora ele também será o que taxou os mais ricos e isentou os mais pobres de pagar imposto de renda.
Depois de muito apanhar nos dois primeiros anos, a maré virou a favor de Lula. Mesmo tendo ampla minoria na Câmara e no Senado, o governo passou a pautar o debate e aprovar medidas importantes. As sucessivas derrotas nos primeiros anos ficaram para trás.
O governo sofria boicotes dos mais variados e limitava-se a reagir aos ataques e às propostas do bolsonarismo e do centrão. As circunstâncias mudaram completamente e hoje é o governo quem dá as cartas do jogo. Enquanto a oposição se dedica a defender golpistas e a denunciar uma ditadura que não existe, o governo tratou de propor medidas que contemplam as demandas do mundo real.
Nas pesquisas e nas ruas, ficou claro que a população é contra a anistia. 64% dos brasileiros são contra a anistia para os golpistas de 8 de janeiro. Esse número vem crescendo nos últimos seis meses. Em março deste ano, apenas 51% eram contra. Sobre o aumento de imposto dos ricos, pesquisa de julho aponta que 60% dos brasileiros são a favor, enquanto apenas 35% são contra.
Pela fotografia do momento, Lula parece um candidato imbatível para as próximas eleições. É claro que há um longo caminho até lá e sabemos como o roteirista do Brasil é imprevisível, mas o prognóstico é muito bom para o campo progressista.
Além da isenção do imposto de renda, o governo conseguiu emplacar medidas altamente populares, como o programa Gás do Povo, que dá botijão de graça e aumento no Auxílio Gás para mais de 15 milhões de famílias de baixa renda; e o Luz do Povo, que dá isenção e desconto na conta de energia para 4,5 milhões de família. Não é pouca coisa.
Enquanto isso, o bolsonarismo segue defendendo bandeiras golpistas e anti-patriotas, que agradam apenas a seita, que segue murchando ano após ano. As manifestações verde e amarelo estão cada vez menores e mais patéticas. A bandeira do Brasil deu lugar a dos EUA e as palavras de ordem servem para blindar criminosos e golpistas.
Pela primeira vez em muitos anos, a horda fascistóide do bolsonarismo parece estar desanimada, apanhando nas cordas da opinião pública. Hoje, o governo avança nas pautas populares, enquanto a oposição agoniza tentando proteger políticos corruptos, o futuro presidiário Jair Bolsonaro e a coitadinha da Débora do Batom.
2026 já começou, e as elites querem o caos.
A responsabilização dos golpistas aqui no Brasil foi elogiada no mundo todo como exemplo de defesa à Democracia.
Enquanto isso, a grande mídia bancada pelos mesmos financiadores do golpe tenta espalhar o caos e vender a pauta da anistia, juntamente com Tarcísio, Nikolas Ferreira, Hugo Motta e os engravatados da Faria Lima.
Aqui no Intercept, seguimos expondo os acordos ocultos do Congresso, as articulações dos aliados da família Bolsonaro com os EUA e o envolvimento das big techs nos ataques de Trump ao Brasil.
Os bastidores mostram: as próximas eleições prometem se tornar um novo ensaio golpista — investigar é a única opção!
Só conseguimos bater de frente com essa turma graças aos nossos membros, pessoas que doam em média R$ 35 todos os meses e fazem nosso jornalismo acontecer. Você será uma delas?
Torne-se um doador do Intercept Brasil hoje mesmo e faça parte de uma comunidade que não só informa, mas transforma.