Nós provavelmente estamos assistindo ao colapso final do bolsonarismo. A extrema direita continuará nos atormentando, claro, mas tudo leva a crer que não mais sob a liderança da família Bolsonaro.
Jair está à beira da cadeia. Eduardo enterrou sua carreira política depois de um surto nos EUA. Flávio tem perdido todas as disputas políticas no Senado. Renan e Carlos não são capazes de liderar nada, já que mal sabem atravessar a rua.
Com a inelegibilidade e a prisão do pai, Eduardo Bolsonaro tinha grandes possibilidades para assumir a liderança do bolsonarismo. Ao nepobaby do golpismo, bastava seguir seu trabalho medíocre como deputado federal e ir construindo uma candidatura à presidência com a herança eleitoral do seu pai.
Era só jogar parado, mas sua pouca inteligência o levou a mergulhar em uma cruzada internacional contra o Brasil. Se o bolsonarismo já estava agonizando, agora parece que o filho 03 de Jair está querendo fechar a tampa do caixão.
Nos seus sonhos delirantes, a aliança com Donald Trump faria o Supremo Tribunal Federal, STF, aliviar para os golpistas e ele voltar ao Brasil como herói do bolsonarismo. Nada disso aconteceu, muito pelo contrário. O máximo que ele conseguiu foi atazanar a vida de autoridades brasileiras com a Lei Magnitsky.
No fim das contas, Eduardo entregou de mão beijada a bandeira do patriotismo para Lula usar. O presidente brasileiro, em vez de capitular, como queria o deputado, jogou duro com Trump e está se saindo muito bem. O país perdeu muito pouco com o tarifaço, e a popularidade do governo aumentou.
Agora, depois dos elogios de Trump a Lula na ONU, indicando uma aproximação dos dois presidentes, a aventura golpista de Eduardo Bolsonaro no estrangeiro caminha para o desfecho mais patético possível. Ele e o outro nepobaby do golpismo, aquela figura grotesca chamada Paulo Figueiredo, tentaram ser os heróis do bolsonarismo, mas acabaram cumprindo papel de palhaço. Se voltarem ao Brasil, podem ser presos preventivamente por coagir a Justiça brasileira.
Os dois seguem brigando com os fatos e insistem em dizer que tudo está sob controle. O elogio de Trump seria estratégico, uma maneira de fazer Lula acatar todos os seus desejos. Pura viagem, claro, mas eles não podem perder a pose. Trump está sendo pressionado pelos setores da economia dos EUA prejudicados pelo tarifaço e, agora, quer aparar as arestas com Lula. É ele quem precisa conversar com o brasileiro.
Eduardo Bolsonaro está cada vez mais isolado politicamente. Não tem apoio do presidente do seu partido nem do presidente da Câmara. Até o pai — aquele que ele considera “um ingrato do caralho” — está pedindo para ele fechar a boca. Além da denúncia por coação no STF, o deputado enfrenta processos na Câmara que podem levar à cassação do mandato.
Mesmo assim, como um Napoleão de hospício, ele acredita estar em condições de liderar o bolsonarismo. “Estou disposto a ir até às últimas consequências para conseguir a anistia ampla e irrestrita. Será vitória ou vingança, mas não haverá submissão”, disse o herói de coisa nenhuma.
Já está mais do que evidente que uma anistia ampla, geral e irrestrita será impossível. Aliados de Bolsonaro já desistiram e trabalham pela possibilidade de um acordo para aprovação do PL da Dosimetria, que visa diminuir as penas dos condenados pela tentativa de golpe.
Paulinho da Força, Aécio Neves e Michel Temer são os articuladores dessa aberração que pretende pegar leve com golpista em nome de uma “pacificação” na política brasileira. As chances desse acordo sair são remotas, mas é o que o bolsonarismo tem pra hoje.
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Desesperado, Jair topou a empreitada, mas Eduardo tem atacado frontalmente os parlamentares que estão costurando o acordo. Paulinho da Força, o relator do PL da Dosimetria, está sendo ameaçado publicamente: “Um conselho de amigo, muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção”, escreveu no X.
Agindo como as máfias e as milícias, Eduardo chantageia mais um parlamentar brasileiro com as sanções da Lei Magnitsky. “Assim como está expresso na lei, TODO colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos é passível das mesmas sanções”, arrematou.
As vozes da cabeça de Eduardo estão mais falantes do que nunca. Sua desconexão com a realidade é tanta que ele atacou os senadores aliados que enterraram por unanimidade a PEC da Bandidagem. Mesmo depois das manifestações nas ruas e das pesquisas indicando a alta impopularidade da proposta, Eduardo afirmou que os senadores “estão desconectados do povo”.
Nem mesmo Rogério Marinho, que foi ministro no governo do seu pai, foi poupado dos ataques: “Vocês estão desconectados do povo, embarcados na narrativa da Globo e impressionados com artista fazendo micareta na rua. Optaram por manter os poderes ilimitados da burocracia não eleita, por puro medo politiqueiro”, delirou.
‘O chamego de Trump com Lula deixou o rapaz atordoado’.
Na semana passada, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o partido de Bolsonaro, afirmou que Eduardo “vai ajudar a matar seu pai” se lançar uma candidatura própria. Poucos dias depois, Eduardo se apresentou como candidato a presidente. “Eu sou, na impossibilidade de Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República”, escreveu no X.
Mesmo encalacrado juridicamente e sem apoio dos seus próprios aliados, o nosso Napoleão de hospício resolveu lançar sua candidatura presidencial. O chamego de Trump com Lula deixou o rapaz atordoado. É tudo tão patético e caricato que até parece um quadro do velho Casseta & Planeta.
O Centrão, representado por Valdemar, já decidiu que a cabeça de chapa será alguém que não seja da família Bolsonaro. Eduardo tenta a todo custo reverter isso, mas sua leitura torta da realidade o fez implodir todas as possibilidades de ele próprio ser o presidenciável da extrema direita e do Centrão.
Agora, as chances de os Bolsonaros ficarem de fora de uma chapa presidencial desse campo político são grandes. O bolsonarismo como conhecemos está por um fio. Obrigado por tudo, Eduardo.
2026 já começou, e as elites querem o caos.
A responsabilização dos golpistas aqui no Brasil foi elogiada no mundo todo como exemplo de defesa à Democracia.
Enquanto isso, a grande mídia bancada pelos mesmos financiadores do golpe tenta espalhar o caos e vender a pauta da anistia, juntamente com Tarcísio, Nikolas Ferreira, Hugo Motta e os engravatados da Faria Lima.
Aqui no Intercept, seguimos expondo os acordos ocultos do Congresso, as articulações dos aliados da família Bolsonaro com os EUA e o envolvimento das big techs nos ataques de Trump ao Brasil.
Os bastidores mostram: as próximas eleições prometem se tornar um novo ensaio golpista — investigar é a única opção!
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