Depois de mais de quatro horas de forte confronto, a Polícia Militar conseguiu dispersar a manifestação dos servidores públicos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Milhares de bombas e balas de borracha foram utilizadas na operação, que tinha como objetivo garantir a votação do chamado “pacote de maldades”, medidas do governo que visam o corte de despesas públicas e atinge, principalmente, áreas sociais.
A repressão ao movimento dos servidores teve contornos dramáticos: policiais atirando pelas janelas de uma igreja, carros blindados atirando balas de borracha, caminhões de água, auxílio da Força Nacional de Segurança, perseguição nas ruas do centro e dezenas de feridos. Alguns dos deputados que participavam da votação tiveram que usar máscaras para se proteger do gás lançado do lado de fora da casa.
Apesar do conflito nas ruas do centro da cidade, a sessão aconteceu e as medidas começaram a ser votadas. Ficou decidido que o calendário da votação do pacote será antecipado, e as medidas mais polêmicas do pacote – como a que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores e a que adia para 2020 os reajustes salariais de várias categorias – serão votadas em sessão no próximo dia 12, em vez dia 15, como inicialmente previsto. Novas manifestações já estão sendo convocadas para o mesmo dia.
The Intercept Brasil acompanhou a manifestação.
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