ENTREVISTA: Como as big techs usam você para lucrar com discurso de sustentabilidade

ENTREVISTA: Como as big techs usam você para lucrar com discurso de sustentabilidade

Não acredite nos relatórios de sustentabilidade do Google e da Amazon. Para a pesquisadora Cecilia Rikap, eles são usados para aumentar o poder dessas gigantes.

ENTREVISTA: Como as big techs usam você para lucrar com discurso de sustentabilidade

Usar o filtro de emissões de gases do efeito estufa para escolher um voo no Google Flights, ativar a opção de rotas eficientes no Maps ou apenas perguntar à Alexa, a assistente virtual da Amazon, como reciclar o lixo. Ao usar esses serviços criados pelas big techs, você pensa que está ajudando o planeta, mas está caindo numa armadilha das gigantes digitais.

Promover a ideia de que consumidores individuais são responsáveis ​​por danos ecológicos e devem fazer escolhas diferentes é uma das muitas estratégias que estão sendo usadas pelas big techs para orientar e controlar a transição ecológica. 

Essa é a conclusão da pesquisadora argentina radicada no Reino Unido Cecilia Rikap ao analisar os relatórios de sustentabilidade feitos por Google e Amazon. Professora e chefe de pesquisa do Instituto para Inovação e Interesse Público, o IIPP, da University College London, no Reino Unido, Rikap é também autora do livro premiado “Capitalismo, poder e inovação: O capitalismo do monopólio intelectual revelado (em inglês, Capitalism, Power and Innovation: Intellectual Monopoly Capitalism Uncovered) e co-autora de “A Corrida da Inovação Digital” (em inglês, The Digital Innovation Race).

Prestes a lançar outras duas obras – “Inteligência Artificial e Dependência” (Caixa Negra) e “The Rulers: Corporate Power in the Age of AI and the Cloud” (Verso Books) –, Rikap pesquisa a intersecção entre economia política internacional e a economia da inovação, e mostra como as big techs atuam concentrando bem imateriais, como direitos e marcas, para se criarem monopólios intelectuais. 

Agora, em artigo publicado junto com Silvia Weko, pesquisadora da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, Rikap afirma que as big techs usam narrativas disfarçadas de produtos com foco na transição ecológica não apenas para gerar mais lucro, mas também para criar um monopólio intelectual sobre as soluções existentes para lidar com a crise climática. 

Uma das estratégias usadas pelo Google, por exemplo, é oferecer soluções gratuitas desenhadas em cooperação com universidades ou startups. Uma vez prontas, essas ferramentas são ofertadas de forma gratuita e aberta, e os usuários viram alvo de testes, validação de ideias e coleta de dados. Depois, o serviço é descontinuado, e a empresa encontra uma forma de monetizar em cima do conhecimento obtido. É o que aconteceu com o extinto serviço de caronas do Waze, aplicativo de navegação comprado pelo Google.

A Amazon age de maneira semelhante, e começa a monetização ao mesmo tempo em que oferece as ferramentas. É o caso da ASDI, uma iniciativa de dados meteorológicos e de sustentabilidade de código aberto com a participação de organizações públicas. 

Por meio dela, conjuntos de dados públicos são hospedados e implantados na nuvem da AWS, que oferece informações sobre observações e previsões meteorológicas, projeções climáticas, imagens de satélite, dados hidrológicos, e qualidade do ar e previsão oceânica. 

A Amazon vende como serviço público, mas usa as informações adicionadas na sua base para tomar decisões sobre o design de datacenters e prever o desempenho do próprio site. E, para os governos, oferece ferramentas pagas que analisam os dados imputados por eles na nuvem. 

Para Rikap, as big techs estão invadindo prerrogativas do poder público, subjugando os governantes e pesquisadores do clima às suas soluções e fazendo os indivíduos acreditarem que a única saída para o futuro do planeta passa pelo desenvolvimento tecnológico. 

Em suma, estão atuando como governantes autoritários que ninguém elegeu, projetando uma transição climática que consolidará ainda mais o seu poder corporativo. 

Em entrevista ao Intercept Brasil, a pesquisadora detalha o que descobriu ao ler os relatórios de sustentabilidade produzidos por Amazon e Google, analisa os caminhos possíveis para escapar do que chamou de “beco sem saída” e garante que as estratégias para controlar o debate sobre transição serão levadas para dentro da COP30 – como já foram levadas para outras conferências no passado.

Confira a entrevista completa:

Quais são as estratégias que as big techs estão utilizando para direcionar e controlar a transição ecológica? Apenas Google e Amazon usam elas?

Cecília Rikap – O que começamos a observar ao longo dos anos é uma posição cada vez mais agressiva, e mais abertamente estratégica e comercial. Não são mais empresas que dizem: ‘estou respondendo, estou me posicionando diante do que a regulamentação me exige, planto árvores, ou tento consumir menos água, ou reciclo a água’. Mudam completamente a estratégia e se posicionam como atores na fronteira, não apenas de uma ação que se apresenta ou se vende como mais verde, mas elas mesmas projetando como será o caminho para a transição ecológica. 

É uma estratégia em que se diluem completamente as responsabilidades corporativas, a geopolítica, a dimensão política da crise climática e ecológica, e se reduz o problema a um problema tecnológico. [Como se] a única coisa que falta é ter a tecnologia que nos permita fazer a transição. E essa tecnologia será fornecida pela Amazon, pelo Google, pela Microsoft. 

Eles usam o discurso que em inglês é chamado de Twin Transition, a transição gêmea, que basicamente é um discurso tecnossolucionista, onde o que aparece é que as tecnologias digitais serão as que permitirão resolver a crise ecológica. E as empresas se vendem como as que trarão as soluções para resolver essa crise.

E como isso serve a essas empresas?

Em primeiro lugar, porque não é apenas um negócio em si vender tecnologia verde, mas também lhes permite, de alguma forma, ganhar reputação e desviar a atenção do enorme consumo de energia, água, minerais críticos, etc., que elas mesmas realizam em seus data centers. 

É ao mesmo tempo uma estratégia de controle do discurso, de criação de uma narrativa que ignora a responsabilidade direta que elas têm no agravamento da crise ecológica e, ao mesmo tempo, oferece a elas um negócio.

E essa venda de tecnologia verde não é apenas para outras empresas, elas são oferecidas aos estados, aos governos, substituindo o que deveriam ser decisões políticas. 

O Google tem o Google Earth. Sabemos que o Google Earth tem dados e imagens de satélite que foram desenvolvidos em conjunto com universidades e organismos públicos de pesquisa.

Portanto, foram desenvolvidos com investimento público. Mas agora o Google oferece, a partir de sua plataforma Google Cloud, um serviço pago a governos e setor privado para fazer uso desses bancos de dados. 

E há outros serviços mais sutis, por exemplo, como dizer que o Google Maps realmente serve para que você faça viagens mais eficientes e, assim, gaste menos energia.

O caso do Google Maps é particularmente interessante porque ilustra que isso não é apenas elas se esquivando de sua responsabilidade, criando um negócio e substituindo os estados na responsabilidade de planejar e desenvolver uma solução para a crise ecológica. Há um elemento adicional: essas empresas são as únicas que têm um mapa do mundo, porque centralizam esses dados. Portanto, elas são as únicas que têm uma visão sistêmica.

E a crise ecológica é uma crise planetária. Portanto, ela requer essa visão sistêmica, estratégica e política, mas para o bem de todos os cidadãos, não para os negócios de algumas poucas empresas. E o que elas oferecem a cada um de nós, indivíduos, é a ideia de que a maneira de resolver essa crise é com ações individuais.

O Google gera em cada indivíduo a sensação de ‘estou fazendo minha parte porque estou usando o Google Maps’.

‘O setor público não pode depender de tecnologia privada para questões que são essenciais ao funcionamento do estado’.

E aí entra a outra vertente, que é o solucionismo associado à inteligência artificial. [Mas], o que ela faz, especialmente desde o surgimento da inteligência artificial generativa, é pressionar cada vez mais para um consumo cada vez maior de serviços em nuvem, o que significa basicamente cada vez mais data centers, mais energia elétrica, mais água. No final, não há nenhuma certeza de que, seguindo esse consumo desenfreado de soluções de inteligência artificial, teremos uma transição ecológica. Se houver, será decididamente muito mais injusta.

No estudo que vocês fizeram, vocês falam de monopólio intelectual. É possível dizer que há mais objetivos além do lucro por trás dessas estratégias adotadas pelas big tech? 

Claramente sim, e volto à sua primeira pergunta para algo que não disse, que é essa transição para o controle, ou qual é a ideia de controle? A ideia de controle está associada a um governo antidemocrático, a uma forma de governo ditatorial, em última instância.

Essas empresas têm a capacidade de controlar organizações, sejam outras empresas, universidades, e até governos, que não são de sua propriedade. Elas controlam além da propriedade privada. Isso acontece com todas as grandes indústrias e, no caso das tecnologias digitais, ocorre em um nível que não existia antes.

Por quê? Porque nas tecnologias digitais o processo de produção pode ser dividido em partes quase infinitas. Pense que, dentro do mercado que é a nuvem controlada por uma empresa como a Amazon, são oferecidos mais de 50 mil serviços. A nuvem não é apenas infraestrutura, é serviço.

Existem milhares de empresas que vendem dentro da nuvem que não sabem o que cada uma faz. As únicas que têm a capacidade de ver quem está vendendo o quê, o que vende mais ou menos, como são os serviços, e as que estabelecem as regras sobre como são os serviços são a Amazon, a Microsoft e o Google, que controlam as três principais nuvens a nível global.

Virtualmente, elas acabam dominando o que acontece com o capitalismo global. Essa capacidade de controle, além da propriedade, de definir, neste caso, quais são as regras com as quais as tecnologias digitais são produzidas e consumidas, vem do que eu chamo de processo de monopolização intelectual: um processo sistemático de apropriação de dados, conhecimento e criação de discursos que se transformam em ativos intangíveis. 

Em outras indústrias, como a farmacêutica, a forma de transformar o conhecimento em intangível é com a patente. Neste caso, muitas vezes é com o segredo. Uma parte disso é a Green Tech. Uma parte disso são artigos que dizem: usamos inteligência artificial para fazer previsões climáticas e fazemos previsões melhores do que as formas tradicionais de fazer previsões.

Para Rikap, o que é ainda mais desesperador é que as big techs têm, além da propriedade, o controle dos cidadãos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Então, o que acontece é que esse conhecimento produzido em conjunto com outros é utilizado por essas empresas, que o transformam em um serviço que vendem a governos, a outras empresas, por meio de sua nuvem ou diretamente em um contrato específico. 

E eles fazem isso privando outros de poder fazer uso aberto desse conhecimento em temas tão sensíveis como a crise ecológica. E o risco associado à monopolização intelectual é que, na medida em que se instala ainda mais a ideia de que a única maneira de resolver a crise ecológica é com tecnologia digital, o monopólio intelectual dessas empresas se perpetua. Porque se, para resolver a crise ecológica, precisamos de tecnologias digitais, temos que bancar essas empresas, basicamente. É preciso continuar comprando mais tecnologia delas.

No Brasil, o governo avança com políticas públicas que geram incentivos fiscais para essas grandes empresas. Qual é o grau de sucesso dessas estratégias com os governos? Os governos seriam ingênuos, co-atores ou vítimas dessas estratégias? 

Cada governo é um mundo. Não é a mesma coisa a Dataprev e a outras empresas estatais de telecomunicações no Brasil, que são 100% cúmplices da Amazon, Microsoft, Google. Elas estão completamente vendidas ao sistema de nuvem, pressionaram internamente o governo do Brasil.

Dentro deste governo de Lula, eu vi de tudo. Vi cúmplices, vi pessoas que realmente, de dentro, entendem a complexidade do problema.

É um problema global, sistêmico, ou seja, você não pode ter uma boa política aqui, localizada. Se você fizer apenas isso, estará dando um tiro no próprio pé. Uma política que é progressista, investimento público em conhecimento, pode acabar reforçando o status quo. 

O problema aqui não é que essas empresas sejam dos Estados Unidos. Isso torna tudo ainda pior, especialmente com um governo como o de Trump. Mas se essas empresas fossem brasileiras, o problema não seria diferente. Porque continua significando que alguns poucos atores corporativos decidem sobre a vida e o futuro de todos os cidadãos. De uma maneira completamente antidemocrática.

Às vezes, a gente concorda mais ou menos com quem governa os países. Mas, exceto nas ditaduras, isso se resolve com o voto. A gente vai, vota e há um resultado. Com essas grandes empresas, não há nada disso. E, no entanto, são elas que acabam governando. O setor público não pode depender de tecnologia privada para questões que são essenciais ao funcionamento do estado. 

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A tecnologia não se desenvolve de forma aleatória. Todos os processos tecnológicos, e IA é um exemplo paradigmático, são consequência de processos de planejamento científico e tecnológico. O que acontece é que, se antes era o Departamento de Defesa dos Estados Unidos que fazia o planejamento, agora são essas empresas.

Os governos da América Latina, mesmo os progressistas, estão cegos pelo imperativo do crescimento. Eles acreditam que, com o crescimento, com as políticas adequadas, redistributivas, vamos finalmente nos desenvolver.

E esbarram repetidamente nessa mesma barreira, porque quando há crescimento, não há desenvolvimento. Não há mudança na estrutura produtiva. Pode haver uma melhora circunstancial na renda das pessoas, mas não há uma mudança substancial.

E o que acontece é que hoje, no mundo, existe um trilema. E esse trilema é atravessado pelas tecnologias digitais. 

Os governos querem crescimento, querem soberania, o que, no caso das tecnologias digitais, são contraditórias, porque as tecnologias mais avançadas são dessas empresas. Se você quer ter um crescimento mais rápido, você tem que aceitar que elas venham e façam os investimentos, e que toda a sua estrutura produtiva use suas tecnologias.

Mas aí você perde toda a soberania. E, ao mesmo tempo, você adere ao tecnossolucionismo, acreditando que isso vai trazer crescimento, mas você se esquece, e por isso é um trilema, que há uma crise ecológica. E que talvez o desenvolvimento nunca chegue porque o planeta explodiu antes.

‘Talvez o desenvolvimento nunca chegue porque o planeta explodiu antes’.

Esses data centers são bases militares. Ter uma base militar dos Estados Unidos em um de nossos países não é mais soberania, é menos. 

Ou seja, pelo que você diz, me parece que estamos sob o risco de outra forma de ditadura, uma ditadura que usa os dados da Terra, que poderiam estar nos ajudando a encontrar, de fato, soluções para os problemas que estamos enfrentando…

Absolutamente, e o que é ainda mais desesperador é que essas empresas têm, nessa capacidade de controle, além da propriedade, o controle dos cidadãos. A maioria dos cidadãos gosta de pesquisar no Google, ter um Chat GPT, usar o Microsoft Office ou poder ter uma plataforma de comércio eletrônico.

Em nossos países, é o Mercado Livre, mas o Mercado Livre depende, hospeda seus dados e usa os serviços de nuvem da Amazon e do Google, e funciona exatamente como essas empresas, só que em uma escala menor. É por isso que eu estava falando sobre as empresas locais, porque o fato de serem locais não muda essa operação como monopólios intelectuais. E mencionei o Mercado Livre justamente porque tenho outro trabalho escrito sobre o Mercado Livre em particular, mas, digo, poderia ter mencionado qualquer outra das chamadas unicórnios, ou qualquer outra dentro de nossos países.

E aí me parece que o que não estamos vendo é a centralidade da tecnologia, a centralidade do conhecimento, especificamente a centralidade que a inteligência artificial está assumindo. É muito preocupante que esteja sendo desenvolvida uma tecnologia que potencialmente não só pode ser aplicada a qualquer indústria, mas também substitui a forma como pensamos, como elaboramos uma pergunta, substitui as funções mais fundamentais para pensar em produzir coletivamente um mundo melhor.

Estamos tendo essa tecnologia que se aplica à guerra, ao genocídio que Israel está fazendo em Gaza, porque essas são as mesmas empresas que depois vendem essas tecnologias digitais a Israel para mapear todos os palestinos. Estamos, em última instância, governados por uma ditadura, governados por governantes que nunca elegemos, mas que, ao mesmo tempo, são muito inteligentes, porque para a maioria das pessoas o que eles oferecem são serviços gratuitos, facilidades na vida, e eles desenvolveram até mesmo estratégias para identificar qual deve ser o papel do estado em tudo isso.

Isso não é simplesmente uma ação de mercado ou que busca lucro, mas sim um exercício de planejamento. Há uma estratégia definida, um horizonte e um desenvolvimento e controle de todos os dados e todas as tecnologias para poder alcançar esse objetivo que, em última instância, é continuar dominando uma parte cada vez maior do capitalismo global, não a transição ecológica.

À medida que nos tornamos mais dependentes dessas tecnologias propostas por empresas, em direção à transição ecológica, também estamos reduzindo nossa capacidade de responsabilizá-las pelos danos que já causam ao meio ambiente? 

Absolutamente, porque, cada vez mais, além disso, eles desviam completamente a atenção. Por isso, não se trata apenas de um exercício de venda de serviços ou apenas de um exercício de gestão do discurso. São as duas coisas integradas. E é por isso que também é um exercício de planejamento.

Porque cada parte está orquestrada entre si, para que se encaixe. Temos, de um lado, o discurso montado para que pensemos que a solução para a crise ecológica vem do que cada um contribui. Tudo é individualizado o tempo todo. É o consumidor individual, o indivíduo, que vai desenvolver ações para contribuir com a mudança e a solução da crise ecológica. E não se vê que as responsabilidades pela crise ecológica não estão distribuídas equitativamente entre toda a população.

Ao mesmo tempo em que pensamos que estamos resolvendo a crise ecológica por meio das tecnologias digitais, que os governos acreditam estar fazendo adotando a IA e as soluções de processamento de dados, deixamos de ver que essas empresas são enormemente responsáveis pela crise ecológica que temos.

E estão agravando ela com esta corrida para instalar cada vez mais data centers em todos os cantos do planeta.

As big techs parecem estar em tudo. Há alguma saída para escapar desse planejamento, dessa teia tecida por elas? 

Definitivamente sim, e o que precisamos fazer é assumir o controle, e não negar que as tecnologias digitais são tecnologias de controle.

Precisamos de dados do planeta, precisamos saber como estamos esgotando a água, precisamos ter um inventário de como a biodiversidade está sendo destruída. Precisamos poder antecipar os desastres climáticos, mas não precisamos fazer isso com essas empresas. 

A transição ecológica, mais do que uma transição, tem que ser uma transformação de como vivemos. E para poder fazer isso, essas empresas nos dão uma pista. Não vem apenas do mercado. O que precisamos fazer é planejar.

Mas que não sejam elas que planejem. Acredito que há uma solução para a crise ecológica, mas ela vem de mãos dadas com o planejamento democrático e internacional. Então, as soluções individuais, as lutas e vitórias de diferentes grupos dispersos, é claro que nos dão um fôlego e nos permitem dizer que nem tudo está perdido, mas não são suficientes.

O que falta, novamente, é entender que este é um problema global. É preciso resolvê-lo globalmente. Portanto, é preciso criar instituições públicas, com responsabilidade pública, sem vínculos privados, porque os privados querem lucro privado e o lucro privado não deve estar no banco de trás: deve estar diretamente fora do carro quando falamos da crise ecológica.

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