Senador pede investigação de capitão lotado no gabinete da Presidência que estimula atos golpistas

Humberto Costa, do PT, quer que a Procuradoria-Geral de Justiça Militar investigue criminalmente caso revelado pelo Intercept.


O senador petista Humberto Costa pediu nesta quarta-feira, dia 30, que a Justiça Militar investigue possíveis crimes cometidos pelo capitão da ativa do Exército Andriely Cirino. Ele está lotado no gabinete do presidente Jair Bolsonaro, do PL, e estimula atos golpistas por meio de uma lista de transmissão no WhatsApp, como o Intercept revelou em 11 de novembro.

“Pleiteio que se iniciem os procedimentos investigatórios contra o militar em epígrafe, a fim de apurar, em tese, infração militar acometido de crimes de atentado contra o Estado Democrático de Direito, ao incitar e propagar atos ilegais e antidemocráticos”, pediu Costa, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, em ofício ao procurador-geral militar, Antônio Pereira Duarte.

O senador considera que as ações de Cirino desonram a corporação militar e “caracterizam práticas criminosas, com ameaças de abolição do Estado Democrático e os Poderes Constitucionais, incitando a deposição de um governo legítimo, e ademais, almejando animosidade entre as Forças Armadas, sociedade e os Poderes Constitucionais”.

Essa foi a segunda ofensiva do PT contra membros das Forças Armadas ligados aos atos golpistas. Também nesta quarta-feira, deputados do partido acionaram o Supremo Tribunal Federal contra um outro militar da ativa que coordena atos antidemocráticos. O caso foi revelado ontem pela Folha de S.Paulo.

Conforme revelamos no dia 11, o capitão Cirino tem veiculado mensagens com conteúdos golpistas, negando o resultado das eleições presidenciais do segundo turno, além de conclamar manifestações antidemocráticas e levantar suspeitas — infundadas — contra as urnas eletrônicas. Há cerca de um mês, milhares de bolsonaristas estão acampados em diversos estados do país pedindo uma intervenção militar, o que é crime.

Quando procurado para comentar as mensagens, Cirino negou que propagasse fake news e atentasse contra a Constituição e não respondeu se enviava as mensagens por ordem do presidente. O Planalto não se manifestou.

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