Nas eleições de 2018, somente uma candidata indígena foi eleita para a Câmara: Joênia Wapichana, da Rede de Roraima. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil quer mudar esse cenário de pouca representatividade. Para isso, reuniu 30 candidaturas de todo o território nacional para formar a Campanha Indígena. São 12 candidaturas concorrendo à vagas na Câmara dos Deputados e outras 18 nas Assembleias estaduais.
O nome mais conhecido do grupo é Sônia Guajajara, que ganhou visibilidade ao concorrer como vice-presidente do Brasil ao lado de Guilherme Boulos nas eleições de 2018, e atualmente é candidata a deputada federal pelo Psol de São Paulo.
Gráfico do Tribunal Superior Eleitoral exibe um comparativo da autodeclaração de cor e raça dos candidatos em 2022.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o número de candidaturas indígenas nestas eleições aumentou 40%. São 186 candidatos. Em 2018, eram 133. Parece pouco, mas é um avanço.
“Nunca na história democrática dos últimos 34 anos do Brasil os direitos dos nossos povos foram tão vilipendiados como no atual governo de Jair Bolsonaro”, traz a carta manifesto publicada pela Bancada Indígena. Além de acusar a Funai de ser um órgão entregue aos ruralistas, o texto também rotula o governo de ser “omisso e incentivador de crimes cometidos por garimpeiros, grileiros e madeireiros, dentre outros invasores”.
Um relatório publicado ainda este ano pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos e pela Associação de Servidores da Funai afirma que “sob o governo Bolsonaro, a Funai tem implementado uma política que cabe chamar de anti-indigenista”. O dossiê aborda o desmatamento e a mineração em terras demarcadas, além das omissões jurídicas que paralisaram a política demarcatória. Em junho, publicamos no Intercept uma reportagem com detalhes sobre a destruição da Funai.
Diante de tantos enfrentamentos, a Bancada Indígena conclui seu manifesto dizendo que é preciso somar forças para dar continuidade a sua resistência ancestral.
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