No Rio, áreas dominadas pelas milícias cresceram 387% nos últimos 16 anos, revela estudo feito pelo Instituto Fogo Cruzado e o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense, o GENI-UFF.
Milicianos dominam mais da metade das áreas controladas por grupos armados no Grande Rio. A área controlada cresceu de 52,6 km² para 256,28 km². Exatos 10% do território da região metropolitana estão sob o jugo de grupos paramilitares. Eles exploram um modelo de negócios baseado em extorsão e exploração clandestina de serviços como gás, luz, televisão a cabo e as vans do transporte alternativo.
O mapa criado pelos pesquisadores pode ser visto aqui.
A conclusão da pesquisa é inequívoca: “as milícias são as principais responsáveis por esse aumento de áreas sob domínio de grupos armados, razão pela qual se tornaram a principal ameaça à segurança pública no Grande Rio”.
Desde 2006, houve uma CPI das Milícias, duas CPIs das Armas e uma única política de segurança pública no Rio, as Unidades de Polícia Pacificadora. Muito pouco das recomendações das CPIs saiu do papel, e as UPPs faliram.
Os milicianos agradecem.
O seu futuro está sendo decidido longe dos palanques.
Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.
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