A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a CIDH, irá ouvir integrantes do Observatório para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil, o Demos. O grupo, formado por professores e acadêmicos de todo o país, surgiu para monitorar e denunciar as ameaças ao processo eleitoral feitas por Jair Bolsonaro e integrantes da cúpula das Forças Armadas no Brasil.
Desde que surgiu, no início de 2022, o grupo trabalha para fazer chegar a autoridades e instituições internacionais – como o Washington Brazil Office – as ameaças golpistas do bolsonarismo. Integram o Demos professores das principais universidades do país, além de nomes como o constitucionalista Clèmerson Merlin Clève e os cientistas políticos Fernando Limongi e Sérgio Abranches.
O contato mais recente do Demos foi com Joel Hernandez, comissário da CIDH, que por sua vez é vinculada à Organização dos Estados Americanos. Hernandez agradeceu o envio de informações sobre “os desafios à independência judicial no Brasil no atual calendário eleitoral” e se colocou à disposição para uma reunião on-line com os acadêmicos brasileiros.
Dela, também irá participar a peruana Julissa Mantilla, presidente da CIDH e relatora da comissão para o Brasil. Ela é advogada especialista em direitos humanos pela Pontifícia Universidade Católica do Peru, com mestrado em Direito Internacional dos Direitos Humanos pela London School of Economics and Political Science, da Universidade de Londres.
Eleito pela Assembleia Geral da OEA e com mandato na CIDH até 2025, Hernandez é mexicano e foi embaixador pelo país. É formado em direito pela Universidade Nacional Autônoma do México e mestre em direito internacional pela Faculdade de Direito da New York University. Também é vice-presidente da Comissão Jurídica Interamericana, membro do Conselho de Diretores do Instituto Inter-regional de Pesquisa de Crime e Justiça das Nações Unidas e assessor internacional do American Law Institute.
O seu futuro está sendo decidido longe dos palanques.
Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.
Essas articulações não ganham manchete na grande mídia. Mas o Intercept está lá, expondo as alianças entre religião, dinheiro e autoritarismo — com coragem, independência e provas.
É por isso que sofremos processos da Universal e ataques da extrema direita.
E é por isso que não podemos parar.
Nosso jornalismo é sustentado por quem acredita que informação é poder.
Se o Intercept não abrir as cortinas, quem irá? É hora de #ApoiarEAgir para frear o avanço da extrema direita.