A Corregedoria Nacional do Ministério Público anunciou nesta terça-feira, 21, que irá investigar a conduta da promotora Mirela Dutra Alberton, que induziu uma menina de 11 anos grávida após estupro a desistir do aborto legal. Na audiência, revelada ontem em reportagem do Intercept e do Portal Catarinas, Dutra diz à criança que quer manter “mais uma ou duas semanas apenas a tua barriga” para não “ver ele [o feto] morrendo e agonizando”.
O corregedor Oswaldo D’Albuquerque decidiu, ainda na segunda-feira, instaurar uma reclamação disciplinar para “averiguar possível infração disciplinar praticada por membro do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, no que concerne à atuação em feito judicial no qual se buscava a interrupção de gravidez de uma menor vítima de estupro”.
Também na segunda-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina – estado em que se desenrola o processo conduzido pela juíza Joana Ribeiro Zimmer e por Alberton – afirmou em nota que “acompanhará todo o processo e seus desdobramentos, com o intuito de que a vítima receba amparo integral” e tenha sua vida protegida.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde trabalha a juíza Ribeiro, também se manifestou em seu site. O TJSC ressalta que não pode discutir o processo, que corre em segredo de justiça, mas que a Corregedoria-Geral de Justiça “já instaurou pedido de providências na esfera administrativa para a devida apuração dos fatos”.
O Intercept é sustentado por quem mais se beneficia do nosso jornalismo: o público.
É por isso que temos liberdade para investigar o que interessa à sociedade — e não aos anunciantes, empresas ou políticos. Não exibimos publicidade, não temos vínculos com partidos, não respondemos a acionistas. A nossa única responsabilidade é com quem nos financia: você.
Essa independência nos permite ir além do que costuma aparecer na imprensa tradicional. Apuramos o que opera nas sombras — os acordos entre grupos empresariais e operadores do poder que moldam o futuro do país longe dos palanques e das câmeras.
Nosso foco hoje é o impacto. Investigamos não apenas para informar, mas para gerar consequência. É isso que tem feito nossas reportagens provocarem reações institucionais, travarem retrocessos, pressionarem autoridades e colocarem temas fundamentais no centro do debate público.
Fazer esse jornalismo custa tempo, equipe, proteção jurídica e segurança digital. E ele só acontece porque milhares de pessoas escolhem financiar esse trabalho — mês após mês — com doações livres.
Se você acredita que a informação pode mudar o jogo, financie o jornalismo que investiga para gerar impacto.