A campanha presidencial começou. Nas últimas semanas, Lula e o PT foram os temas mais comentados entre os youtubers de extrema direita que dominam o debate político na rede monitorados pela empresa de análise de dados Novelo. Se, em outras semanas, os temas mais comentados giravam em torno do próprio Bolsonaro, agora o discurso parece ter mudado: os principais influenciadores bolsonaristas passaram a definir os alvos e partir para o ataque.
Só no dia 12 de abril, Lula chegou a ser mencionado 2,3 mil vezes em vídeos da extrema direita. Nenhum outro tema chegou perto disso. O levantamento é feito analisando automaticamente as transcrições das falas de vídeos publicados por 450 canais monitorados. O ápice das menções foi em 7 de abril, dois dias depois de Lula afirmar o óbvio: que o “aborto é questão de saúde pública”. Só naquele dia, foram mais de 3,3 mil menções ao ex-presidente e pré-candidato.
Nesta semana, dos 14 vídeos mais vistos do monitoramento, cinco deles tratam de Lula e o PT. Todos são do mesmo canal: Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. O mais popular, “O jogo virou: Senado pode abrir duas CPIs contra o PT”, teve mais de 1 milhão de visualizações. Ele é seguido por “Nova pesquisa eleitoral liga alerta máximo no PT”, com mais de 800 mil visualizações, e “Bolsonaro enquadra Moraes e cobra reação às ameaças de Lula”, que passou de 700 mil.
A cantora Anitta também foi outro foco de ódio. Dos dez mais vistos, dois são sobre ela – também do Pingo nos Is. “Desmascarando Anitta: Cantora não é o fenômeno global que julga ser” foi o mais visto sobre a cantora, com mais de 600 mil visualizações e quatro mil comentários. O youtuber Gustavo Gayer também bombou com um vídeo deslegitimando o sucesso da cantora – foi o décimo-quinto mais visto da semana, com mais de 500 mil visualizações.
S.O.S Intercept
Peraí! Antes de seguir com seu dia, pergunte a si mesmo: Qual a chance da história que você acabou de ler ter sido produzida por outra redação se o Intercept não a tivesse feito?
Pense em como seria o mundo sem o jornalismo do Intercept. Quantos esquemas, abusos judiciais e tecnologias distópicas permaneceriam ocultos se nossos repórteres não estivessem lá para revelá-los?
O tipo de reportagem que fazemos é essencial para a democracia, mas não é fácil, nem barato. E é cada vez mais difícil de sustentar, pois estamos sob ataque da extrema direita e de seus aliados das big techs, da política e do judiciário.
O Intercept Brasil é uma redação independente. Não temos sócios, anúncios ou patrocinadores corporativos. Sua colaboração é vital para continuar incomodando poderosos.
Apoiar é simples e não precisa custar muito: Você pode se tornar um membro com apenas 20 ou 30 reais por mês. Isso é tudo o que é preciso para apoiar o jornalismo em que você acredita. Toda colaboração conta.
Estamos no meio de uma importante campanha – a S.O.S. Intercept – para arrecadar R$ 250 mil até o final do mês. Nós precisamos colocar nosso orçamento de volta nos trilhos após meses de queda na receita. Você pode nos ajudar hoje?