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Armas enviadas por EUA e OTAN podem prolongar guerra na Ucrânia

As nações ocidentais deveriam refletir se essa linha de atuação realmente ajuda ou não para o fim da violência imposta à população da Ucrânia.

Armas enviadas por EUA e OTAN podem prolongar guerra na Ucrânia

Armas enviadas por EUA e OTAN podem prolongar guerra na Ucrânia

Armas e outros equipamentos militares são entregues pelos militares dos Estados Unidos no aeroporto de Boryspil, perto de Kiev, na Ucrânia, em 25 de janeiro de 2022.

Foto: Sean Gallup/Getty Images

O maior negociante de armas do mundo, os Estados Unidos, está liderando um esforço entre as nações da OTAN para aumentar drasticamente o fluxo de armas para o governo ucraniano sitiado em Kiev. Embora o governo Biden tenha resistido aos pedidos por uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, um movimento que poderia resultar em uma guerra aberta entre as principais potências nucleares, as transferências de armas representam uma escalada significativa do envolvimento ocidental.

Apesar dos grandes esforços nas últimas semanas feito pelos governos da OTAN, e também por diversos grandes meios de comunicação, para minimizar ou descartar a importância do papel que as potências ocidentais desempenharam nos anos que antecederam a invasão brutal pela Rússia, há uma “proxy war” entre Moscou e Washington, que se estende por uma década na Ucrânia. A menos que o resultado desejado seja uma guerra total entre a Rússia e o bloco Estados Unidos-OTAN, as nações ocidentais — especialmente os Estados Unidos — devem refletir se o curso de ação atual tem mais ou menos probabilidade de facilitar o fim da terrível violência que está sendo imposta à população civil da Ucrânia.

Durante seus dois mandatos, o governo Obama resistiu em fornecer assistência letal à Ucrânia, preocupado com a possibilidade que tal movimento dos Estados Unidos servisse de provocação ao presidente russo Vladimir Putin. Mesmo após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014,  Barack Obama manteve essa posição, embora seu governo tenha fornecido uma série de outras ajudas militares e de inteligência não letais à Ucrânia, inclusive treinamento. Essa postura mudou com Donald Trump, quando Washington iniciou um fluxo relativamente pequeno de remessas de armas. Apesar da tentativa de Trump de persuadir a Ucrânia a se envolver em sua batalha eleitoral contra Joe Biden, o apoio militar dos Estados Unidos a Kiev aumentou de forma contínua desde então.

Mesmo antes da invasão russa, o governo Biden havia iniciado um processo de aumento da ajuda letal. Em seu primeiro ano no cargo, Biden aprovou uma ajuda militar à Ucrânia — cerca de US$ 650 milhões — maior do que os Estados Unidos jamais haviam fornecido. Em 26 de fevereiro, como resultado da invasão de Putin, os limites desapareceram: um “inédito” pacote de armas adicional de US$ 350 milhões foi aprovado. Agora existe um grande apoio bipartidário em Washington para um esforço imediato e agressivo de $13,5 bilhões, para o envio de armas americanas e outras assistências para a Ucrânia, incluindo ajuda humanitária. O pacote também vai cobrir o custo de envios adicionais de equipamentos militares e de tropas americanas na região. Historicamente, os envios de armas para a Ucrânia levam meses para serem efetivados. Agora isso acontece em poucos dias.

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Os Estados Unidos mostraram grande velocidade para entregar as armas aprovadas por Biden no final de fevereiro: uma série de mísseis antitanque Javelin, lançadores de foguetes, armas e munições já chegaram ao campo de batalha. “O envio de armas – que também inclui mísseis antiaéreos Stinger de estoques militares dos EUA, principalmente na Alemanha – representa a maior transferência de armas autorizada de armazéns militares dos EUA para outro país”, de acordo com o New York Times, citando como fonte um funcionário do Pentágono.

Mais de uma dúzia de outros países da OTAN e vários países europeus não pertencentes à OTAN iniciaram ou aumentaram seus envios de armas para a Ucrânia. Em um movimento significativo, a Alemanha rompeu com sua política, de longa data, de não enviar armas para zonas de conflito. Como parte de seu pacote inicial, Berlim está transportando cerca de 1.500 lançadores de foguetes e mísseis Stinger e, possivelmente, lançadores de ombro para mísseis Strela, da era soviética. A União Europeia também quebrou sua própria resistência em fornecer assistência letal e entrou no mercado de armas, comprometendo quase meio bilhão de dólares em armas para a Ucrânia. Os tratados da União Europeia proíbem o uso de dinheiro orçamentário para transferências de armas, então a União usou fundos de seu “orçamento extra”, o “Fundo Europeu para a Paz”. “Pela primeira vez, a União Europeia vai financiar a compra e a entrega de armas e outros equipamentos para um país que está sob ataque”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Este momento é um divisor de águas.”

O grande aumento em número e na velocidade de envio das remessas de armas ocidentais, bem como o crescimento do apoio de inteligência, podem prolongar a ação militar em grande escala. A OTAN também disse que qualquer ataque russo contra as linhas de abastecimento que facilitem o fluxo de armas para a Ucrânia desencadeará um acionamento do Artigo 5 da carta da OTAN, o que aumentaria o espectro de ação militar contra a Rússia. Moscou, que já chamou as fortes sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados como uma declaração de “guerra econômica”, alertou que as nações que enviam armas para a Ucrânia “serão responsáveis por quaisquer consequências de tais ações.”

‘As armas não serão suficientes para uma derrota militar da Rússia’.

Sem dúvida, as armas ajudarão as forças ucranianas em contra-ataques contra a invasão ordenada por Moscou, mas não serão suficientes para derrotar militarmente a Rússia. Caso Moscou consiga tomar à força as principais cidades ucranianas, ou mesmo derrubar o governo, as armas ocidentais provavelmente serão usadas em uma insurgência armada prolongada, e em uma guerra de atrito que pode lembrar a ocupação soviética do Afeganistão.

A narrativa dominante do governo americano e da mídia ocidental sobre a invasão da Ucrânia por Putin exige a total rejeição da legitimidade de quaisquer preocupações de segurança russas. Ver Putin como um louco desequilibrado agindo friamente por amor à brutalidade e à conquista pode ser uma narrativa mais satisfatória, mas não vai trazer um fim à guerra. Qualquer resolução diplomática ou negociada da crise necessariamente implicará em concessões ucranianas, por isso é importante entender o ponto de vista de Moscou. Em uma entrevista com a ABC World News em 7 de março, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pareceu reconhecer isso. “Acho que [Putin] é capaz de parar a guerra que ele começou”, disse Zelensky a David Muir. “E mesmo que ele não pense que foi ele quem começou, ele deve saber uma coisa importante, uma coisa que não pode negar, que sua capacidade é a de parar a guerra.”

É compreensível e razoável que as pessoas nos Estados Unidos e na Europa estejam exigindo que seus governos enviem mais armas para apoiar a Ucrânia na resistência à invasão russa. Sem as armas fornecidas pelo Ocidente que a Ucrânia já possuía, é muito provável que a Rússia já estivesse no controle de áreas muito maiores do país. Também é vital que as pessoas que defendem tal política considerem se um aumento considerável nas transferências de armas dos Estados Unidos e da OTAN prolongará o conflito, trazendo ainda mais destruição e mortes de civis.

Se a posição ocidental é que a Rússia deve admitir publicamente que é culpada e está errada, e se tal confissão é uma pré-condição para qualquer negociação, então inundar a Ucrânia com ainda mais armas é um movimento lógico – especialmente se a crença for de que Putin está louco, e quer levar o mundo à guerra nuclear e à aniquilação se não for capaz de tomar a Ucrânia. No entanto, caso o objetivo seja acabar com os horrores o mais rápido possível, então precisamos de uma análise séria do impacto que esses carregamentos de armas em grande escala terão no destino dos civis ucranianos e nas perspectivas de um fim para a invasão.

‘Se o fluxo de armas atrasar um acordo negociado entre Rússia, Ucrânia e OTAN, então é difícil ver o grande volume de transferências de armas como algo positivo’.

Pode ser que o fluxo de armas ocidentais para as forças ucranianas sangre a Rússia a ponto de provocar sua retirada da Ucrânia, comprometendo fatalmente o poder de Putin e salvando muitas vidas. Nesse caso, esses embarques serão vistos como um fator decisivo na derrota da Rússia pela Ucrânia. Mas caso isso não aconteça, e o fluxo de armas atrasar um acordo negociado entre a Rússia, a Ucrânia e a OTAN, então é difícil ver o grande volume de transferências de armas como algo positivo.

Em uma análise cuidadosa para o think tank Responsible Statecraft, Anatol Lieven, um especialista em Rússia,  defende que a Ucrânia já alcançou uma vitória importante contra Putin. “Agora está claro que possíveis autoridades pró-Rússia impostas por Moscou na Ucrânia não teriam todo o apoio e legitimidade, e nunca conseguiriam manter qualquer tipo de governo estável”, escreveu Lieven. “Mantê-los no comando exigiria a presença permanente de forças russas, baixas russas permanentes, e repressão feroz permanente. Em resumo, uma guerra russa eterna.” Ele aponta que “os ucranianos, de fato, conseguiram o que os finlandeses alcançaram por sua heroica resistência contra a invasão soviética. Os finlandeses convenceram Stalin de que seria muito difícil impor um governo comunista à Finlândia. Os ucranianos convenceram membros sensatos do establishment russo – e, talvez, o próprio Putin – de que a Rússia não pode dominar toda a Ucrânia. A dura resistência dos ucranianos também deve convencer a Rússia da total insensatez que seria quebrar um acordo e atacar a Ucrânia novamente.”

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Membros da 173ª Brigada Aérea do Exército dos Estados Unidos demonstram técnicas de guerra urbana, enquanto soldados ucranianos observam o segundo dia dos exercícios militares bilaterais “Rapid Trident” entre os Estados Unidos e a Ucrânia, que incluem tropas de vários países da OTAN e não pertencentes à OTAN em 16 de setembro de 2014, perto de Yavorov, Ucrânia.

Foto: Sean Gallup/Getty Images

Os Estados Unidos e a OTAN não vão expulsar países da OTAN, e Putin sabe disso, apesar de seu apelo por um retorno efetivo ao desenho que a OTAN tinha em 1997. A OTAN não vai retirar suas forças e armas da Polônia, dos Bálcãs ou dos antigos territórios soviéticos da Estônia, Lituânia e Letônia. Mas Putin claramente acredita que sua exigência de que a Ucrânia consolide a neutralidade em suas leis, e se comprometa a ficar de fora da Otan, é realista. Nos últimos dias, os críticos da expansão da OTAN apontaram as observações feitas em 2008 pelo diretor da CIA de Biden, William Burns, como de especial importância nesse sentido. “A entrada da Ucrânia na OTAN é a mais clara de todas as linhas vermelhas para a elite russa (não apenas Putin)”, observou Burns em um telegrama diplomático de Moscou para a secretária de Estado Condoleezza Rice, que ele cita em seu livro de 2019 “The Back Channel: American Diplomacy in a Disordered World”. “Em mais de dois anos e meio de conversas com os principais personagens russos, dos mais brutos que circulam nos bastidores sombrios do Kremlin aos liberais mais afiados e críticos de Putin, ainda não encontrei ninguém que veja a Ucrânia na OTAN como algo além de um desafio direto aos interesses russos.”

A Rússia também está exigindo que a Ucrânia reconheça a independência dos dois territórios separatistas de Donetsk e Luhansk, e que a Crimeia seja território russo. Desde 2014, estima-se que 14.000 pessoas – incluindo um grande número de civis – foram mortas em combates entre o governo – auxiliados por paramilitares, incluindo elementos neonazistas armados – e insurgentes apoiados pela Rússia, mercenários, e paramilitares na região leste de Donbas. Na prática, a realidade agora é que a Rússia parece estar a caminho de consolidar o controle dessas áreas. Salvo a intervenção direta da OTAN, a Ucrânia teria que sacrificar um imenso número de vidas e recursos no que, quase com certeza, seria uma ação militar fracassada para recuperar até mesmo o controle nominal desses territórios.

Apesar do absurdo retratado de forma generalizada por Putin, que cita a Ucrânia como um estado administrado por nazistas, existem elementos fascistas assassinos no país, incluindo alguns que receberam legitimidade oficial dentro de suas forças armadas. Desde 2018, em grande parte por causa do trabalho do deputado Ro Khanna, democrata da Califórnia, e de outros legisladores progressistas, houve uma proibição oficial da ajuda dos Estados Unidos ao grupo de extrema-direita conhecido como Batalhão de Azov. Confirmar se tal proibição está sendo respeitada pela Ucrânia é quase impossível, especialmente agora que o grupo é parte oficial da Guarda Nacional do país. Se os Estados Unidos fossem contundentes ao condenar publicamente o papel dos neonazistas e outros atores de extrema direita na Ucrânia, incluindo aqueles dentro das forças armadas e milícias semi-oficiais, isso ajudaria a minar a retórica exagerada de Putin .

Dada a longa história do fascismo na Ucrânia, que remonta à Segunda Guerra Mundial, seria desonesto descartar o envolvimento contínuo de neonazistas na política e nas forças armadas do país. Em meio à invasão, e com o grande fluxo de armas ocidentais para a Ucrânia, é inimaginável que o armamento dos Estados Unidos e da OTAN não caia nas mãos de alguns desses grupos. A deputada democrata de Minnesota, Ilhan Omar, é uma das poucas membras do Congresso a criticar publicamente o aumento do fluxo de armas. Ela disse que “as consequências de inundar a Ucrânia” com armas “são imprevisíveis e provavelmente desastrosas”, e que estava particularmente preocupada com “grupos paramilitares sem responsabilidade”. Em sua postagem no Twitter sobre o assunto, Omar esclareceu: “Eu apoio dar à Ucrânia os recursos necessários para defender seu povo, Eu apenas tenho preocupações legítimas sobre o tamanho e o escopo (da ajuda).”

A contínua expansão da OTAN no período pós-Guerra Fria, combinada com a destituição, apoiada pelos Estados Unidos, de um presidente pró-Rússia eleito democraticamente em 2014, juntamente com o aumento do fluxo de armas para a Ucrânia e a sangrenta guerra de oito anos contra os separatistas russos no leste do país são aspectos importantes da narrativa de Moscou. Esses argumentos não representam, de forma alguma, uma justificativa razoável para essa invasão brutal, mas todo esse histórico será relevante para qualquer acordo de paz.

Há muita discussão nos dias de hoje sobre os eventos na Ucrânia como prenúncio de uma nova era na ordem internacional. Dentro da elite da estrutura de poder da política externa dos Estados Unidos, estamos testemunhando evidências de uma fusão da política neoconservadora da Guerra Fria com o “humanismo militar”, base da justificativa do governo Clinton para sua ação militar na década de 1990. As próprias ações de Putin contribuíram para uma expansão das mesmas ameaças que ele afirma estar enfrentando. A criminosa invasão da Ucrânia alimentou os esforços dos Estados Unidos e da OTAN para aumentar suas forças terrestres perto da Rússia; como resposta, os Estados Unidos deslocaram mais de 15.000 soldados para a Europa, e o número total de tropas do país na Europa se aproxima de 100.000 soldados. A invasão atraiu ainda mais neonazistas e supremacistas brancos como “combatentes estrangeiros”, e eles estão invadindo a Ucrânia sob o pretexto de defender o país contra a agressão estrangeira. As ações da Rússia também inundarão ainda mais a região com mercenários e armas que podem ser facilmente transferidas e traficadas. A economia da Rússia está sendo atacada, e protestos corajosos contra a guerra estão se espalhando dentro do país. Putin pode pensar que está jogando um xadrez que só ele vê, mas tudo o que temos até o momento sugere que ele cometeu uma série monumental de graves erros de cálculo militares e políticos.

O governo Biden tomou várias decisões nas últimas duas semanas que indicam que há vozes moderadas e influentes em altos níveis de poder no governo. Esta semana, os Estados Unidos vetaram uma proposta da Polônia de transferir aviões de guerra MiG-29 para a Ucrânia, dizendo que isso poderia ser visto pela Rússia como uma escalada, tornando mais provável um conflito direto entre a OTAN e a Rússia. Em 2 de março, o Pentágono cancelou um teste de míssil balístico intercontinental previamente agendado, e o governo apresentou argumentos consistentes contra a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, apesar do fortes apelos da Ucrânia e indicativos de que muitos americanos apoiam a ideia — ou pensam que apoiam.

As decisões tomadas agora em Washington, outras capitais da OTAN e Moscou terão grandes desdobramentos nos próximos anos. Cidadãos de nações ocidentais não podem controlar as ações de Putin, mas podem defender o bom senso nas respostas de seus próprios líderes. Isso exige pensar nas consequências previsíveis e calculáveis de longo prazo para as ações de curto prazo. Diante de atrocidades hediondas contra civis e uma comovente crise de refugiados, é compreensível que boas pessoas exijam ações extremas sob o argumento de acabar com toda a situação. A trágica realidade é que a escalada dos Estados Unidos e da OTAN não vai conseguir isso, certamente não sem grandes custos, e pode levar a uma catástrofe ainda pior para os civis ucranianos, se não a um conflito global ainda maior. Nesse caso, os únicos beneficiários serão aqueles que neste momento estão vencendo a guerra na Ucrânia: os fabricantes e os negociantes de armas.

Tradução: Antenor Savoldi Jr.

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