Caleb Malchik, 27, segura panfletos que informam o dia da votação, em campanha do sindicato Unite Here para Joe Biden, em 1º de novembro de 2020, em Landsdowne, Pensilvânia.

Biden venceu, agora começa a parte difícil

Mobilizações progressistas em Detroit, Minneapolis e Filadélfia impulsionaram a votação do democrata.

Caleb Malchik, 27, segura panfletos que informam o dia da votação, em campanha do sindicato Unite Here para Joe Biden, em 1º de novembro de 2020, em Landsdowne, Pensilvânia.

A VITÓRIA de Joe Biden, que tomou posse nesta quarta-feira, passou por conquistar estados perdidos por Hillary Clinton em 2016, como Pensilvânia, Wisconsin e Michigan, decisivos para ultrapassar a barreira dos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral. Mas, enquanto os votos de cidades fortemente progressistas fizeram esses estados mudarem de lado, os democratas também perderam espaço na Câmara, embora tenham mantido a maioria.

Ainda em novembro, dois dias após as eleições, políticos de centro atacavam a ala mais à esquerda do Partido Democrata pela perda de cadeiras na Câmara e por uma possível derrota no Senado, que acabaria não se confirmando após o segundo turno na Geórgia, celebrado no início de janeiro. Na ocasião, uma justaposição surreal veio à tona: será que a mobilização progressista em prol de questões mais à esquerda resultou em votos para Biden onde ele precisava? Ou essas iniciativas, em um contexto mais amplo, teriam prejudicado o partido? Ou talvez as duas coisas?

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A crítica mais feroz veio da deputada Abigail Spanberger, ex-funcionária da CIA que obteve uma vitória surpreendente na zona rural e suburbana de Virgínia em 2018. Sua conquista foi simbólica, pois ela derrotou Dave Brat, político do Tea Party que vencera o líder da maioria, Eric Cantor, em 2014, pressagiando o começo da ascensão de Trump no ano seguinte. Em 2018, Brat acusou Spanberger de apoiar o programa Medicare for All, querer abolir o órgão de imigração dos EUA e ser aliada da democrata Nancy Pelosi – embora Spanberger buscasse teatralmente se afastar das duas questões, da futura presidenta da Câmara e do ex-presidente Barack Obama. Sua defesa estimulante – “Abigail Spanberger é meu nome!” – em debate com Brat resultou em um vídeo viral:

Spanberger obteve uma vitória estreita e passou 2019 e 2020 se distanciando ainda mais da ala progressista do partido. Ela enfrentou uma eleição disputada, mas ficou novamente em vantagem e conseguiu se reeleger.

No entanto, isso não diminuiu sua raiva em relação à esquerda. Na teleconferência da quinta-feira seguinte às eleições de 3 de novembro, o alvo principal das críticas de Spanberger não foi a abolição do órgão de imigração, mas o “Defund the Police”, lema em prol da retirada do financiamento das polícias que ganhou destaque nos protestos pela morte de George Floyd, assassinado por um policial de Minneapolis.

O deputado Conor Lamb – cuja vitória na eleição especial de 2018 sinalizou a iminente onda democrata – apoiou a colega de partido. “Spanberger falou sobre algo que sentimos hoje: pagamos o preço por esses comentários não profissionais e irrealistas a respeito de uma série de questões, seja sobre a polícia ou o gás de xisto”, disse Lamb. “Essas questões são muito sérias para que as pessoas que representamos tolerem comentários tão casuais.”

Mas a crítica de Lamb aos colegas democratas vai ao cerne da falha desse argumento. O deputado não foi forçado a defender a retirada de recursos das polícias pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez nem por qualquer outro membro do Squad democrata. Ele próprio foi a um protesto do movimento Black Lives Matter e tirou uma foto, sem máscara, com uma mulher (branca), segurando um cartaz com o slogan “Defund the Police” – e foi criticado pelo seu oponente republicano. A maioria dos políticos de centro vê a política de cima para baixo – estratégias devem ser decididas no topo e implementadas por quem está mais abaixo. Mas o “Defund the Police” – e o que quer que se pense a respeito – surgiu nos protestos que eclodiram em Minneapolis, e não no comitê central do Squad democrata.

Na verdade, os democratas se beneficiaram de um aumento no registro de eleitores em meio aos protestos, como observou Tom Bonier, líder da TargetSmart, a principal empresa de dados democrata.

O líder do partido, James Clyburn – democrata da Carolina do Sul cujo apoio a Biden começaria a levar à indicação do ex-vice-presidente como candidato nas eleições de 2020 –, alertou: se os democratas manifestassem apoio ao Medicare for All e outras pautas progressistas, o partido perderia a eleição especial da Geórgia para o Senado, que determinou o controle da casa e a possibilidade de implementação de uma agenda legislativa pelo governo eleito.

Mesmo assim, os progressistas lutaram por uma série de cadeiras com tendência de vitória republicana. A deputada democrata Katie Porter reelegeu-se com 8% de vantagem no 45º distrito da Califórnia – que cobre o condado de Orange e a cidade de Irvine, que ela virou a favor dos democratas em 2018. Mais ao sul, o deputado Mike Levin, que tirou dos republicanos o 49º Distrito há dois anos, foi reeleito, derrotando seu oponente republicano por 12 pontos percentuais. Ambos apoiam o projeto de lei Medicare for All na Câmara, assim como Jared Golden no Maine, Ann Kirkpatrick no Arizona, Josh Harder na Califórnia e Susan Wild e Matt Cartwright na Pensilvânia – todos reeleitos em distritos que costumam oscilar entre vitórias democratas e republicanas. O deputado democrata Tom Malinowski também foi vitorioso em seu distrito, ao norte de Nova Jersey, com uma diferença de 8 pontos, mantendo o poder no distrito que ele tirou dos republicanos em 2018. O Cook Political Report classificou os distritos de Porter e o de Malinowski como tendo vantagem republicana de 3 pontos percentuais e o de Levin como tendo 1 ponto de vantagem favorável aos republicanos.

Os democratas que insistem na tese de que as pautas progressistas são fadadas à derrota precisam articular qual seria então a sua agenda vitoriosa, agora que a missão não é mais tirar Trump da Casa Branca.

Do ponto de vista progressista, a resposta é fácil – e já foi repetida diversas vezes por Ocasio-Cortez: é melhor ter democratas no poder para que a esquerda possa pressioná-los a serem melhores. Como se viu, o líder da maioria no Senado sob Trump, o republicano Mitch McConnell, mostrou-se imune às demandas da esquerda. Mas essa não é uma mensagem do próprio partido.

 

A deputada democrata Rashida Tlaib encoraja um eleitor a votar em Detroit, em 18 de outubro de 2020.

A deputada democrata Rashida Tlaib encoraja uma eleitora a votar em Detroit, em 18 de outubro de 2020.

Foto: Rebecca Cook/Reuters

OS MEDOS manifestados pelos democratas de centro são o outro lado da moeda da visão política que Trump usou para mobilizar suas bases. Em quase todos os comícios realizados no segundo semestre, o presidente atacou a deputada Ilhan Omar, argumentando que ela era tão tóxica em Minnesota que entregaria os subúrbios do estado para ele. Trump disse o mesmo sobre a deputada Rashida Tlaib, do Michigan, e o crescimento da esquerda na Filadélfia, ao qual fez menção no primeiro debate presidencial quando alegou que “coisas ruins acontecem na Filadélfia”.

No entanto, as esperanças de Trump foram frustradas. “Ele fez merda e se deu conta”, disse Omar no podcast Deconstructed quando questionada sobre a estratégia de Trump de demonizá-la para ganhar votos nos subúrbios. Não só as margens dos democratas aumentaram nas áreas suburbanas de Minnesota, como a força de Omar em Minneapolis também ajudou a impulsionar a vitória de Biden.

A história se repetiu nos subúrbios de Detroit e Filadélfia, onde uma forte mobilização de esquerda catapultou a votação de Biden em dois dos três estados que foram cruciais para a vitória do atual presidente em 2016 e em um terceiro: Minnesota, vencido por Hillary Clinton nas eleições anteriores, no qual a campanha de Trump esperava desesperadamente vencer.

Em agosto, enquanto o Partido Republicano batia em milhões de portas por semana, a campanha de Biden e o Comitê Nacional Democrata resistiram a um retorno à campanha presencial – embora parecesse haver maneiras seguras de fazê-lo – e aconselharam seus representantes a agirem da mesma forma.

Em Minneapolis e Detroit, em vez de seguir o conselho da campanha de Biden, Omar e Tlaib enviaram voluntários para persuadir pessoas a não só votarem em democratas para o Congresso – afinal, eles não tinham nenhum adversário republicano –, como também para a presidência. Na Filadélfia, onde os candidatos de esquerda brigaram nos últimos quatro anos, em parte graças a uma comunidade ativista robusta que teve dois de seus líderes eleitos para a Câmara estadual no dia das eleições, sindicatos e ativistas passaram a reta final da campanha batendo de porta em porta em áreas onde os eleitores se sentiram ignorados pelo Partido Democrata.

É muito cedo para saber exatamente qual foi o efeito das ações progressistas de prospecção e mobilização. Determinar quantos eleitores irregulares ou que votaram pela primeira vez foram levados às urnas exigirá um mergulho mais profundo nos dados do pleito. A participação aumentou em toda parte – Biden conquistou mais votos do que qualquer candidato presidencial na história dos EUA –, mas está claro, no mínimo, que os ataques de Trump contra Omar e Tlaib não lhe deram a vitória nesses estados. Além disso, há evidências preliminares de que suas ações foram muito benéficas para Biden.

Em Detroit, segundo funcionários eleitorais, a participação eleitoral atingiu seu pico em décadas, embora a população da cidade tenha diminuído em 10 mil habitantes desde 2016 e 3 mil tenham morrido de Covid-19 no condado de Wayne, que inclui Detroit. No condado, Biden ganhou por quase 333 mil votos de diferença (597 mil a 264 mil).

Em seu distrito, Tlaib fez mais de 223 mil votos, derrotando seu oponente republicano por uma diferença de 170 mil. Trata-se de um salto significativo em relação a 2016, quando o democrata John Conyers Jr., que ocupava a cadeira, venceu com menos de 200 mil votos.

Os votos do condado de Oakland – região suburbana às margens de Detroit – também migraram fortemente para Biden. Clinton obteve cerca de 54 mil votos de vantagem por lá em 2016, enquanto Biden conquistou quase 110 mil a mais que Trump.

Em Minnesota, no distrito de Omar, o comparecimento às urnas cresceu de forma explosiva, totalizando mais de 400 mil eleitores. O distrito deu mais de 250 mil votos para Biden em um estado onde os democratas venceram por apenas 233 mil votos. E, apesar das esperanças de Trump, os subúrbios não se afastaram de Omar, dando a Biden margem maior do que a obtida por Hillary Clinton nas eleições anteriores.

Na Pensilvânia, Biden superou a votação de Clinton em 2016 nos subúrbios da Filadélfia, incluindo os condados de Montgomery, Chester, Bucks e Delaware, dando a ele uma vantagem decisiva. Biden também venceu nos condados de Erie e Northampton, ambos na Pensilvânia, onde Obama venceu duas vezes antes de Trump conquistá-los em 2016.

Across The U.S. Voters Flock To The Polls On Election Day
Across The U.S. Voters Flock To The Polls On Election Day

OMAR E TLAIB enfrentaram primárias competitivas, nas quais venceram de forma confortável, e seguiram em campanha para as eleições gerais. Suas equipes trabalharam juntas, trocando conselhos sobre como fazer campanha em segurança durante a pandemia. Além disso, firmaram parceria com o deputado Mark Pocan, copresidente do Congressional Progressive Caucus, que representa Madison, no Wisconsin. A equipe de Omar fez 1,4 milhão de tentativas de contato com eleitores por telefone, mensagem de texto ou pessoalmente. Bateu em mais de 150 mil portas, atingindo toda a população do distrito – em média, mais de duas vezes –, segundo Jeremy Slevin, diretor de comunicação de Omar. Um recorde de 400 mil pessoas votaram no distrito, rendendo a Biden 253 mil votos. Biden visitou St. Paul, mas não Minneapolis, onde sua esposa Jill Biden esteve no início de outubro.

A campanha de Omar contratou dezenas de pessoas para atraírem eleitores quando começou a votação em Minnesota, no início de setembro, segundo o Washington Post. Eles foram de porta em porta de outubro até o dia das eleições, com foco nos eleitores que não votaram em 2016. Omar também foi uma das únicas candidatas do Democratic Farmer-Labor Party – partido local vinculado aos democratas – a continuar fazendo campanha, segundo o Star Tribune.

Com foco em eleitores que compareceram em 2012 e ficaram em casa em 2016, a campanha de Tlaib bateu em 16 mil portas nas seis semanas anteriores às eleições. Eles fizeram cerca de 150 mil ligações e enviaram 100 mil mensagens de texto e 100 mil correspondências. “Nossa mensagem era mais sobre os democratas em todas as eleições”, disse o diretor de comunicação de Tlaib, Denzel McCampbell.

Na Filadélfia, o Reclaim Philadelphia – grupo progressista fundado em 2016 que trabalha com foco em pautas da classe trabalhadora – ajudou a criar uma equipe própria nos níveis local e estadual. Dois ex-membros do Reclaim Philadelphia, Nikil Saval – que ajudou a fundar o grupo – e Rick Krajewski – ex-organizador da equipe – venceram as eleições para a Câmara estadual na terça-feira. Uma coalizão de grupos locais e nacionais na cidade – incluindo as campanhas de Saval e Krajewski, outros políticos eleitos e sindicatos – bateu em 370 mil portas nas semanas que antecederam as eleições. Isso incluiu votos da West/Southwest Philly, dos sindicatos Unite Here e Service Employees International, além de campanhas para a deputada estadual Elizabeth Fiedler e dos membros do conselho municipal Kendra Brooks e Jamie Gauthier. A 215 People’s Alliance, outro grupo local, fez um total de 35 mil ligações e envios de mensagens de texto aos eleitores da Filadélfia. Também forneceu 5.650 refeições aos eleitores e funcionários eleitorais com a ajuda do projeto de segurança alimentar People’s Kitchen. Grupos nacionais como For Our Future e Changing the Conversation também bateram de porta em porta na Filadélfia.

Union Members Canvas for Biden in Philadelphia

Renee Wilson, do sindicato Unite Here, fazendo campanha para Joe Biden na Filadélfia, em 2 de novembro de 2020.

Foto: Rachel Wisniewski/Reuters

Também foram realizadas diversas ações virtuais. O programa Vote Today, do Working Families Party – com um orçamento de 1,5 milhão de dólares –, fez 93.400 conversas sobre votação antecipada, obteve 76.900 compromissos e realizou mais de dois mil novos registros na Filadélfia. Eles recrutaram cerca de 500 voluntários para o esforço, que se estendeu a mobilizações festivas e de protesto pela contagem total dos votos na quarta e na quinta-feira da semana das eleições. O grupo Nuestro PAC, que trabalhou para atrair votos latinos, dirigido pelo ex-conselheiro de Bernie Sanders, Chuck Rocha, gastou 2,1 milhões de dólares em divulgação bilíngue nos quatro meses antes das eleições.

Ativistas da West/Southwest Philly Votes, uma parceria entre as campanhas de Krajewski e Gauthier, bateram em 20 mil portas entre 3 de outubro e o dia das eleições – um esforço de 345 turnos voluntários de três horas. Membros da Local 32BJ, filial do sindicato Service Employees International (SEIU), juntaram-se a esse esforço, segundo Rachie Weisberg, diretora de campo da West/Southwest Philly Votes.

A Reclaim juntou-se às campanhas de Krajewski e Fiedler para bater em portas, contou Amanda McIllmurray, diretora política do Reclaim Philadelphia e gerente de campanha de Nikil Saval. Junto com a PA Stands Up – coalizão de grupos de base que surgiu em resposta às eleições de 2016 –, oito mil voluntários de grupos locais fizeram cerca de sete milhões de ligações e dois milhões de envios de mensagens de texto, atingindo 400 mil eleitores em todo o estado.

Os membros do SEIU também fizeram sua própria campanha, batendo em 70 mil portas em todo o estado – 30 mil na Filadélfia e 20 mil nos subúrbios vizinhos. Eles também foram às portas de residências em Allegheny e em outras áreas, além de terem feito dois milhões de ligações para pessoas de todo o estado.

O impulso mais significativo veio do Unite Here, sindicato de trabalhadores do setor de hospitalidade que mobilizou centenas para baterem em 300 mil portas na Filadélfia entre 1º de outubro e o dia das eleições – a maior operação desse tipo voltada para trabalhadores negros e latinos da cidade. Em todo o estado, o sindicato bateu em 575 mil portas. Eles conseguiram que 60 mil pessoas na Filadélfia se comprometessem a votar em Biden, 30 mil das quais não votaram em 2016, quando Trump venceu no estado por uma diferença de 44 mil votos.

“Vimos os efeitos de tudo o que aconteceu desde 2016, com a brutalidade policial, a covid-19 e a pandemia de modo geral”, disse Brahim Douglas, vice-presidente do grupo Local 274, vinculado ao Unite Here Philadelphia. “Queríamos engajar nossos vizinhos em lugares aonde as pessoas não costumam ir”, disse, referindo-se a regiões como o bairro em que vive, no norte da Filadélfia, onde o desencanto prevalece como resultado da pandemia.

“Isso afeta nossas comunidades”, disse Douglas, referindo-se à covid-19. Um mês antes da eleição, ele perdeu sua sobrinha de 21 anos para a doença, e sua filha de um ano também contraiu o vírus. “Nas comunidades não brancas da Pensilvânia, a covid afetou muitos de nós. Tínhamos um presidente que achou isso natural. Acho que essa é a parte mais dolorosa.”

Tradução: Ricardo Romanoff

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