‘O mercado produz doença, e elas produzem vida’: conheça as mulheres da Marcha das Margaridas

‘O mercado produz doença, e elas produzem vida’: conheça as mulheres da Marcha das Margaridas

Manifestantes respondem por que marcham pelo direito à terra e contra a reforma da previdência e a liberação de agrotóxicos.

‘O mercado produz doença, e elas produzem vida’: conheça as mulheres da Marcha das Margaridas

A reforma da previdência, a liberação desenfreada de agrotóxicos no governo de Jair Bolsonaro, a mineração em terras indígenas e o feminicídio estiveram na pauta da Marcha das Margaridas, que ocorreu nesta quarta-feira. O Eixo Monumental, em Brasília, foi ocupado por 100 mil mulheres, segundo a organização, “na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”.

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar

A marcha acontece desde 2000 e é considerada a maior ação de mulheres da América Latina. Ela reúne as demandas por políticas públicas de trabalhadores que produzem comida sem veneno e prezam pela conservação do ambiente. O nome do evento é uma homenagem a Margarida Alves, trabalhadora rural e ex-presidente do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Grande, na Paraíba. Ela foi executada por fazendeiros há 36 anos por lutar por direitos trabalhistas.

Neste ano, mulheres do campo, quilombolas, pescadoras, ribeirinhas, indígenas, quebradeiras de coco e trabalhadoras urbanas foram às ruas para continuar a luta de Margarida Alves. A fotógrafa Luara Loth registrou a marcha para o Instragram do Intercept Brasil e perguntou às manifestantes: Por que você está na Marcha das Margaridas?


Rose de Lima (62) é agricultora de coco em Palmeirândia, no Maranhão. Ela foi até Brasília para marchar “para que todas as mulheres do campo possam aposentar no tempo certo”.

 


Eloenia Araroa (29) é estudante de Serviço Social da Universidade Federal do Mato Grosso, e Adriana Veleiro Kavopi (30), mestranda em antropologia na mesma universidade. As duas são da organização indígena TAKINA. “No atual contexto de retirada dos direitos, as mulheres indígenas, agricultoras e quilombolas precisam estar unidas. Sozinha não podemos resistir. As mulheres são as que mais sofrem no capitalismo porque o machismo entra dentro das aldeias por meio do patriarcado”.

 


Andreza Duarte (40) é bancária em Recife, no Pernambuco. “Estou aqui porque as margaridas articulam a luta pela saúde da mulher com a questão do meio ambiente O mercado produz doença, e elas produzem vida.”

 


Waldirene Gonçalves da Cruz (48), à direita, é de Cameta, no Par. Trabalha como agricultura e é ativista e educadora popular. “Estou aqui pela vida, pela Amazônia e pela agroecologia. Não queremos que entreguem a Amazônia para os EUA.”

 


Iya Lúcia de Oxum (53) é ialorixá de São João de Meriti, no Rio de Janeiro. Foi a Brasília para apoiar as margaridas. “Sou ativista dos direitos humanos. Também somos margaridas e sei que, se um dia convocarmos, elas estarão conosco para enfrentar a intolerância religiosa. Estou aqui também para proteger as mulheres indígenas.”

 


Margarida da Silva (71) é agricultora de Casinha, em Pernambuco, e seu filho Fernando (51) é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Margarida é uma das idealizadoras da marcha. Luta pela transformação, nenhum direito a menos e, sobretudo, contra a Reforma da Previdência. Mãe e filho marcham juntos desde 2000.

 


Gliceria Tupinambá (37) é de Ilhéus, na Bahia, e comemora seu aniversário na marcha. “Trouxemos uma comitiva de mulheres Tupinambás jovens para a Marcha das Mulheres Indígenas e hoje nos unimos às margaridas. É uma grande conquista estarmos aqui. Queremos visibilidade”.

 


Inês Moresco (57) é de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A agricultura familiar e sindicalista afirma: “Não estou aqui para pedir pra voltar para o passados, mas para garantir o que esta na Constituição”.

 


Iracema Miranda (43) é quilombola e agricultora familiar na comunidade Damásio, no Maranhão. Iracema marcha por um país democrático.

 


Uekenã Santos (17) é da aldeia Nao Xohan, em Brumadinho-MG. “Vim lutar pelo direto de todas as mulheres do Brasil e unir forças contra os poderosos que destroem o meio ambiente.”.

 

Veja mais fotos na galeria:

S.O.S Intercept

Peraí! Antes de seguir com seu dia, pergunte a si mesmo: Qual a chance da história que você acabou de ler ter sido produzida por outra redação se o Intercept não a tivesse feito?

Pense em como seria o mundo sem o jornalismo do Intercept. Quantos esquemas, abusos judiciais e tecnologias distópicas permaneceriam ocultos se nossos repórteres não estivessem lá para revelá-los?

O tipo de reportagem que fazemos é essencial para a democracia, mas não é fácil, nem barato. E é cada vez mais difícil de sustentar, pois estamos sob ataque da extrema direita e de seus aliados das big techs, da política e do judiciário.

O Intercept Brasil é uma redação independente. Não temos sócios, anúncios ou patrocinadores corporativos. Sua colaboração é vital para continuar incomodando poderosos.

Apoiar é simples e não precisa custar muito: Você pode se tornar um membro com apenas 20 ou 30 reais por mês. Isso é tudo o que é preciso para apoiar o jornalismo em que você acredita. Toda colaboração conta.

Estamos no meio de uma importante campanha – a S.O.S. Intercept – para arrecadar R$ 250 mil até o final do mês. Nós precisamos colocar nosso orçamento de volta nos trilhos após meses de queda na receita. Você pode nos ajudar hoje?

QUERO APOIAR

Entre em contato

Conteúdo relacionado

Inscreva-se na newsletter para continuar lendo. É grátis!

Este não é um acesso pago e a adesão é gratuita

Já se inscreveu? Confirme seu endereço de e-mail para continuar lendo

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar