Há um ano, o Brasil assistiu a uma sangrenta guerra pelo comando do tráfico na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O bando de Rogério 157 peitou os comandados de Nem, até então seu chefe e do comércio de drogas na região – mesmo preso. Ambos faziam parte da facção Amigos dos Amigos, a ADA, uma das mais tradicionais do Rio, com mais de 20 anos de atuação.
Para o Brasil, o episódio parecia apenas mais um capítulo da criminalidade carioca. Telejornais transmitiram ao vivo da favela, e os tiroteios ajudaram a justificar a Intervenção Federal na segurança pública do estado.
Agora, a disputa entre Rogério e Nem surge como parte de um contexto maior: o declínio e quase extinção da ADA.
É isso que mostra um levantamento exclusivo baseado em dados do Disque Denúncia e cruzado com informações da imprensa e novas entrevistas. A ADA passou do domínio de 19 favelas para apenas duas. Aquela que já foi a casa de Escadinha, Uê, Playboy, Bem-Te-Vi e Nem da Rocinha, hoje só tem um nome expressivo em seus quadros: Celsinho da Vila Vintém, que de fundador, passou a lobo solitário. Os outros pularam fora do barco após uma sucessão de traições e disputas.
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O FIM DE UMA FACÇÃO
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O seu futuro está sendo decidido longe dos palanques.
Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.
Essas articulações não ganham manchete na grande mídia. Mas o Intercept está lá, expondo as alianças entre religião, dinheiro e autoritarismo — com coragem, independência e provas.
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