Mark Zuckerberg, chief executive officer and founder of Facebook Inc., speaks during the Oculus Connect 4 product launch event in San Jose, California, U.S., on Wednesday, Oct. 11, 2017. Facebook unveiled a cheaper virtual-reality headset that works without being tethered to a computer, rounding out its plan for pushing the emerging technology to the masses. Photographer: David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images

O Facebook ocultou páginas onde promovia sua capacidade de influenciar eleições

Já não pega tão bem fazer propaganda do potencial de influência do Facebook, por meio de sua rede social, sobre os resultados de eleições.

Mark Zuckerberg, chief executive officer and founder of Facebook Inc., speaks during the Oculus Connect 4 product launch event in San Jose, California, U.S., on Wednesday, Oct. 11, 2017. Facebook unveiled a cheaper virtual-reality headset that works without being tethered to a computer, rounding out its plan for pushing the emerging technology to the masses. Photographer: David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images

Quando perguntaram a Mark Zuckerberg se o Facebook teria influenciado o resultado das eleições presidenciais de 2016 nos EUA, ele repudiou a possibilidade de que o site pudesse ter esse poder, dizendo que era “loucura”. A afirmativa era inverídica: havia uma seção inteira do site dedicada a divulgar as “histórias de sucesso” de campanhas políticas que usaram a rede social para influenciar resultados eleitorais. Essa página, no entanto, desapareceu, a despeito do início das eleições primárias de 2018 para o Congresso dos EUA.

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Capturas de tela do Facebook de junho de 2017, à esquerda, e de março de 2018, à direita, mostram que a rede social removeu sua seção “Governo e Política”.

Imagem: Capturas de tela

Capturas de tela do Facebook de junho de 2017, à esquerda, e de março de 2018, à direita, mostram que a rede social removeu sua seção “Governo e Política”.

Na esteira do reconhecimento público da incomparável capacidade do Facebook de distribuir informações e da ansiedade global sobre interferências eleitorais indevidas, não pega bem alardear a habilidade da empresa de fazer campanhas de influência altamente eficazes.

A página de “histórias de sucesso” do Facebook é um tributo ao domínio da empresa sobre a publicidade online e contém exemplos de quase todos os segmentos que mostram como o uso da rede social pode dar uma vantagem competitiva a certos agentes. “Estudos de casos como esses nos inspiram e nos motivam”, comemora a página. Exemplos atuais incluem a marca de cosméticos CoverGirl (“promover a renovação de uma marca de beleza com anúncios em vídeo no Facebook e no Instagram”) e a empresa norte-americana de sucos Tropicana (“os anúncios em vídeo do Facebook aumentam a percepção da marca de suco de frutas”). Nada muito controverso.

Os estudos de caso de campanhas políticas que o Facebook costumava listar, no entanto, incluíam algumas afirmativas mais interessantes. O trabalho da empresa de mídia social para o governador da Flórida, o republicano Rick Scott, “usou anúncios de link e de vídeo para incrementar o comparecimento dos eleitores hispânicos na disputa bem-sucedida de seu candidato pela reeleição, o que resultou em um aumento de 22% no apoio dos hispânicos e na obtenção da maioria dos votos dos eleitores cubanos”. Já a atuação do Facebook para o Partido Nacional Escocês (SNP), um partido político do Reino Unido, foi descrita como tendo “desencadeado uma avalanche”.

O menu de seleção das “histórias de sucesso”, que costumava incluir uma seção inteira de “Governo e Política” agora desapareceu. Ainda é possível acessar as páginas dos estudos de caso individuais, como o da campanha de Scott e o do SNP, por meio de suas URLs, mas já não constam mais de nenhuma lista.

Um representante do Facebook, em resposta a uma pergunta sobre a exclusão dessas histórias das listas de links, declarou que “alguns estudos foram arquivados, mas ainda estão disponíveis pelos links diretos”. O representante, porém, não respondeu à pergunta sobre as razões para remoção completa da seção “Governo e Política”.

Foto do Título: Mark Zuckerberg, presidente e fundador do Facebook, fala durante o lançamento de produto Oculus Connect 4 em San Jose, California, numa quarta-feira, 11 de outubro de 2017.

Tradução: Deborah Leão

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