Governo usa a própria incompetência para justificar decreto que liberou mineração

Governo usa a própria incompetência para justificar decreto que liberou mineração

Temer e seus assecla fazem o possível para oferecer qualquer explicação que vá além de "estamos agradando os amigos ruralistas que salvaram nossa pele".

Governo usa a própria incompetência para justificar decreto que liberou mineração

O governo vem recebendo uma enxurrada de críticas pela canetada que, sem qualquer aviso ou discussão prévia, acabou com uma reserva maior do que a Dinamarca, entre o Amapá e o Pará. Diante delas, Temer e seus assecla fazem o possível para oferecer qualquer explicação que vá além de “estamos agradando os amigos ruralistas que salvaram nossa pele”. Os resultados, têm gerado novas pérolas para nossa tragicomédia nacional.

Nesta segunda (28) o governo revogou o decreto inicial, e disse que vai publicar outro em breve, detalhando as regras para a área da extinta Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados). A revogação soa como uma resposta a um vídeo publicado na sexta (25), pelo ministro de Minas e Energia.

Em outras palavras, o governo liberou a mineração porque não consegue fiscalizar a mineração que já acontece.

Para resumir, o tucano Fernando Coelho Filho disse que o fim da reserva vai ajudar a combater o garimpo ilegal na região onde, segundo ele, já existem 28 pistas de pouso clandestinas. Em outras palavras, o governo liberou a mineração porque não consegue fiscalizar a mineração que já acontece por lá.

O argumento do ministro leva a um questionamento natural. Será que no futuro, quando as mineradoras canadenses – que souberam do fim da reserva cinco meses antes dos brasileiros –  começarem a revirar o solo em busca de cobre e ouro, a fiscalização do governo vai funcionar melhor do que com os atuais garimpos ilegais?

Foto em destaque: Garimpo na Floresta Nacional Flona Jamanxim / Daniel Paranayba

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Enquanto Nikolas, Gayers, Michelles e Damares ensaiam seus discursos, quem realmente move o jogo político atua nas sombras: bilionários, ruralistas e líderes religiosos que usam a fé como moeda de troca para retomar ao poder em 2026.

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