Former U.S. National Security Agency contractor Edward Snowden, who is in Moscow, is seen on a giant screen during a live video conference for an interview as part of Amnesty International's annual Write for Rights campaign at the Gaite Lyrique in Paris, France, Dec. 10, 2014. (AP Photo/Charles Platiau, Pool)

Rússia estende asilo de Edward Snowden até 2020

O advogado do whistleblower da NSA diz que ele deve tentar a cidadania russa em 2018.

Former U.S. National Security Agency contractor Edward Snowden, who is in Moscow, is seen on a giant screen during a live video conference for an interview as part of Amnesty International's annual Write for Rights campaign at the Gaite Lyrique in Paris, France, Dec. 10, 2014. (AP Photo/Charles Platiau, Pool)

O exílio de Edward Snowden na Rússia deve continuar, segundo a informação de que as autoridades russas autorizaram um novo visto de três anos para o ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA.

Snowden, que vazou uma série de documentos sobre os programas de vigilância em massa da NSA em 2013, recebeu asilo da Rússia em agosto do mesmo ano. Seu visto de residência venceria neste ano, mas, na quarta-feira (18), o advogado de Snowden, Anatoly Kucherena, fez uma declaração de que o visto tinha sido estendido até 2020. Kucherena acrescentou que Snowden poderá se candidatar à cidadania russa em 2018.

Na terça-feira (17), o presidente Barack Obama comutou a pena de prisão de outra importante whistleblower, Chelsea Manning, que enviou centenas de milhares de telegramas diplomáticos e outros documentos para o WikiLeaks. Mas parece que Snowden não será o próximo na lista de indultos de Obama.

Apesar de uma petição com mais de um milhão de assinaturas reivindicar que Obama ofereça o indulto ao whistleblower da NSA, o assessor de imprensa da Casa Branca Josh Earnest disse, na terça-feira, que o “Sr. Snowden não havia enviado pedido de indulto para esta administração”. O próprio Obama declarou no ano passado que Snowden não pode ser perdoado “pois não se apresentou diante de um tribunal”.

Com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, criou-se uma incerteza quanto ao futuro de Snowden na Rússia. Trump pretende retomar relações com o país e, em 2013, publicou um tweet dizendo que “se fosse presidente, Snowden já teria retornado aos EUA”. No início deste mês, o ex-diretor da CIA, Michael Morell, escreveu um artigo encorajando o presidente russo, Vladimir Putin, a devolver Snowden aos EUA, dizendo ser o “presente de posse perfeito” para Trump.

A recente renovação do visto de residência de Snowden indica que a Rússia não deve atender ao pedido de Morell.

Além disso, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zkharova, descartou completamente a ideia de Morell, dizendo representar “uma ideologia de traição” em uma publicação no Facebook. “Você se manifestou, Sr. Morell, e agora fica claro para todos que, em seu gabinete, é normal enviar pessoas como presentes e entregar aqueles que buscam proteção”, escreveu Zkharova.

Snowden, 33 anos — cujo arquivo de documentos foi intensamente usado nas reportagens do The Intercept — parece estar razoavelmente estabelecido na Rússia, onde mora com sua namorada, Linday Mills. Porém, Snowden não pretendia ficar no país. Antes dos documentos vazados por ele serem publicados pelo The Guardian e pelo Washington Post, em 2013, Snowden já havia trocado os EUA por Hong Kong. Após a divulgação dos primeiros documentos, em meio a uma verdadeira caçada a ele em Hong Kong, Snowden embarcou em um avião em direção à Cuba, fazendo escala em Moscou. Mas o Departamento de Estado dos EUA revogou seu passaporte antes que ele deixasse Moscou, deixando o ex-funcionário da NSA preso no Aeroporto Sheremetyevo, onde ficou por quase 40 dias, até que a Rússia o concedesse asilo.

Snowden disse que estaria disposto a retornar aos EUA para um julgamento justo, mas que não acredita que teria essa oportunidade, já que é acusado sob a Lei de Espionagem, o que o impede de declarar a defesa do interesse público como seu motivo. “Eu me colocaria à disposição de ser preso, desde que servisse a uma causa justa”, disse Snowden em entrevista à Wired em 2014. “Mas não podemos permitir que a lei se torne uma arma política ou que seja usada para impedir que as pessoas defendam seus direitos, não importando se o acordo é bom ou não. Não vou ser parte disso”.

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