Destino de mulheres vítimas de estupro foi posto em risco por 18 homens na última quarta-feira (8) quando parlamentares aprovaram em comissão especial da Câmara a PEC 181, que torna crime o aborto até mesmo em casos de violência sexual. Em resposta à decisão, que segue para votação no plenário da Câmara do Deputados, 24 cidades receberam atos em repúdio à proposta nesta segunda-feira (13).
Após a aprovação do texto da PEC 181/2015, um grupo de deputados comemorou o resultado gritando "vida sim, aborto não!". A Proposta de Emenda à Constituição prevê a proibição do aborto mesmo em casos de estupro. pic.twitter.com/XHKZS2QehG
— The Intercept Brasil (@TheInterceptBr) November 8, 2017
Inicialmente a proposta, de autoria do deputado Jorge Mudalen (DEM-SP), membro da bancada evangélica, tratava da alteração do artigo 7° da constituição para ampliar a licença-maternidade em caso de bebês prematuros, mas acabou sendo deturpada para criminalizar o aborto nos casos já previstos na lei. Batizada de cavalo de Tróia, a PEC teve o texto alterado para incluir o trecho “desde a concepção” aos artigos 1° e 5° da constituição, que dispõe sobre a dignidade humana e o direito inviolável a vida, o que coloca em risco o direito das mulheres.
No Rio de Janeiro, a Polícia Militar tentou dispersar o ato de forma violenta chegando a usar bombas contra mulheres e crianças que participavam da marcha. Selecionamos algumas imagens enviadas ao The Intercept Brasil. Caso tenha imagens dos atos contra a PEC 181 na sua cidade, envie mande para a gente.
Rio de Janeiro
São Paulo
O Intercept é sustentado por quem mais se beneficia do nosso jornalismo: o público.
É por isso que temos liberdade para investigar o que interessa à sociedade — e não aos anunciantes, empresas ou políticos. Não exibimos publicidade, não temos vínculos com partidos, não respondemos a acionistas. A nossa única responsabilidade é com quem nos financia: você.
Essa independência nos permite ir além do que costuma aparecer na imprensa tradicional. Apuramos o que opera nas sombras — os acordos entre grupos empresariais e operadores do poder que moldam o futuro do país longe dos palanques e das câmeras.
Nosso foco hoje é o impacto. Investigamos não apenas para informar, mas para gerar consequência. É isso que tem feito nossas reportagens provocarem reações institucionais, travarem retrocessos, pressionarem autoridades e colocarem temas fundamentais no centro do debate público.
Fazer esse jornalismo custa tempo, equipe, proteção jurídica e segurança digital. E ele só acontece porque milhares de pessoas escolhem financiar esse trabalho — mês após mês — com doações livres.
Se você acredita que a informação pode mudar o jogo, financie o jornalismo que investiga para gerar impacto.