A Coalizão Negra por Direitos, que reúne grupos do movimento negro de todo o país, lançou o Quilombo nos Parlamentos, uma iniciativa suprapartidária para impulsionar candidaturas de lideranças comprometidas com a agenda antirracista. Entre as legendas divulgadas estão PSOL, PT, PDT, PSB, PCdoB, Rede, UP e PV.
Quem liga a TV no horário eleitoral se depara com mais mulheres, pessoas negras, trans e indígenas. A representatividade aumentou, isso é um fato. Mas ainda não é o bastante, já que esses mesmos candidatos seguem esbarrando em uma série de dificuldades para fazer campanha política. E uma delas é a falta de dinheiro.
Em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que os partidos brasileiros devem distribuir os recursos do fundo eleitoral e o tempo de veiculação da propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio proporcionalmente entre candidatos negros e brancos. Mas a decisão não tem sido cumprida à risca. Mostramos recentemente no Intercept que são homens brancos que continuam recebendo as maiores fatias do fundo eleitoral: apenas 0,62% dos candidatos receberam 18% de toda a verba de campanhas. E, ao olhar o gráfico, percebe-se que a disparidade entre raça e gênero é enorme.
“O estado brasileiro é gerido por uma representação política composta basicamente por homens brancos, e produz políticas públicas que atuam, para o bem e para o mal, sobre a população negra”, disse ao Intercept o cientista político Luiz Augusto Campos em uma entrevista publicada logo após as eleições de 2020. “Temos uma espécie de democracia que funciona de uma maneira racializada e invertida, com homens brancos discutindo, debatendo e produzindo serviços e repressão para homens negros e mulheres negras”, afirmou. O pesquisador é autor do livro “Raça e Eleições no Brasil”, publicado naquele ano, com o também cientista político Carlos Machado.
Apesar da população negra ser maioria no Brasil, hoje a bancada do movimento negro tem apenas oito parlamentares – a da bala, por exemplo, tem 308. É nesse abismo que organizações como a Coalizão atuam para pressionar mudanças de cenário e impulsionar candidatos. “O objetivo da ação é reduzir o hiato de representatividade no Poder Legislativo e contribuir para um projeto de país mais justo para todas e todos, alinhado à luta contra o racismo”, diz o texto do site da organização.
Entre os nomes divulgados, estão novatos na política, como o Pastor Henrique Vieira, candidato a deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, e figuras conhecidas, como Orlando Silva, candidato à reeleição como deputado federal pelo PCdoB de São Paulo, e Talíria Petrone, candidata à reeleição como deputada federal pelo PSOL do Rio de Janeiro.
Veja aqui a lista de candidatos em todas as regiões do Brasil.
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