RIO DE JANEIRO, RJ, 16.08.2017: BOTAFOGO-FLAMENGO - Alex Muralha durante partida entre Botafogo e Flamengo valida pela Copa do Brasil, no Estadio Nilton Santos (Engenhao), na zona norte da capital fluminense, nesta quarta-feira (16). (Foto: Andre Fabiano/Codigo19).

Com piada sobre goleiro Alex Muralha, jornal "Extra" patina entre o sensacional e o sensacionalista

Depois de decretar o Rio de Janeiro em guerra, publicação carioca volta a causar polêmica retirando apelido de jogador do Flamengo.

RIO DE JANEIRO, RJ, 16.08.2017: BOTAFOGO-FLAMENGO - Alex Muralha durante partida entre Botafogo e Flamengo valida pela Copa do Brasil, no Estadio Nilton Santos (Engenhao), na zona norte da capital fluminense, nesta quarta-feira (16). (Foto: Andre Fabiano/Codigo19).

Falem bem, falem mal, mas falem de mim. Esse parece ser, cada vez mais, o lema do jornal carioca “Extra”, publicação gerida pela Infoglobo, que tambĂ©m tem sob sua gestĂŁo “O Globo”. NĂŁo Ă© de hoje que o periĂłdico tem apostado em capas ousadas, muitas delas tidas como brilhantes pelo senso comum das redes sociais.

Capa do "Extra" com crĂ­tica ao lento processo de Eduardo Cunha

Capa do “Extra” com crĂ­tica ao lento processo de Eduardo Cunha

Reprodução

O atual alcaide da cidade também não escapou da ironia do jornal:

Capa do "Extra" na eleição de Marcelo Crivella

Capa do “Extra” na eleição de Marcelo Crivella.

Reprodução

Com bem mais liberdade do que seu irmĂŁo mais velho “O Globo” para explorar o mundo das primeiras páginas sensacionais, o “Extra”, porĂ©m, tem flertado com uma linha tĂŞnue. Será que o sensacional está virando sensacionalista?  

Um momento crítico nessa postura ocorreu no mês passado com esta capa abaixo, que decretou um Rio em guerra. Até uma editoria específica foi anunciada e um selo foi criado para acompanhar as reportagens. Ou seja, criou-se uma bandeira do jornal.

Capa do "Extra" sobre "guerra no Rio"

Capa do “Extra” sobre “guerra no Rio”.

Reprodução

Neste caso, a repercussĂŁo foi imediata. AtĂ© hoje, o conceito de guerra vem sendo debatido: há os que defendem com unhas e dentes a postura do jornal e os que a rechaçam de forma incisiva. Se era para gerar polĂŞmica, botar o “Extra” na boca do povo, deu certo.

Nesta sexta (1), mais uma ousadia do jornal voltou a colocá-lo entre os temas mais comentados nas redes sociais. Envolvendo um dos assuntos mais passionais e o clube mais popular do paĂ­s, o “Extra” decretou, “em nome da precisĂŁo jornalĂ­stica”, em sua capa, que o goleiro do Flamengo nĂŁo será mais chamado de Alex Muralha.

Capa do "Extra" sobre o goleiro Alex Muralha

Capa do “Extra” sobre o goleiro Alex Muralha

Reprodução

Para o jornal, o arqueiro desmoralizou o apelido, ao levar um “frango” no Ăşltimo jogo do clube. Fechando a piada, tambĂ©m “em nome da precisĂŁo jornalĂ­stica”, o “Extra” diz que pode rever sua decisĂŁo caso o goleiro “volte a fazer por merecer”.

Numa realidade onde os jornais têm perdido sucessivamente leitores nas suas versões em papel, o caminho da polêmica pode devolver às capas parte da importância perdida. Mas há que ao menos se refletir sobre até que ponto isso pode ir.

Em nome da precisĂŁo jornalĂ­stica.

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