As manchetes de “O Globo” e “Estadão” na tarde desta quarta (9) comemoram mais um mês de aumento na quantidade de empregos formais no país. Foram 35,9 mil vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Deve ser mais um dia de festa no Fantástico Mundo de Temer.
Tudo bem que não faz muito tempo, entre dezembro e fevereiro deste ano, a quantidade de gente parada havia batido um recorde histórico: segundo o IBGE, foram 13,5 milhões nesse período. Ou seja, agora, é basicamente como se estivéssemos no fundo do poço, mas levantando os bracinhos para ficar alguns centímetros mais perto da longínqua saída do buraco.
Manchete do site de “O Globo”
Reprodução
Das 35,9 mil vagas, 21,8 mil (60,7%) foram criadas no estado mais rico do país. Por outro lado, o Rio é o último colocado e ficou no negativo em 9.320 empregos.
E basta uma olhada nos números referentes a julho do Caged para quem vive no Rio de Janeiro ficar ainda mais deprimido. O superávit na criação de vagas é basicamente sustentado por São Paulo. Das 35,9 mil vagas, 21,8 mil (60,7%) surgiram no estado mais rico do país. Por outro lado, o Rio é o último colocado e ficou no negativo em 9.320 empregos.
Outros seis estados também conseguiram essa façanha de definhar ainda mais: Tocantins, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Os capixabas, piores desta lista, conseguiram ficar no negativo em “só” 1.841 empregos. Ou seja, o Rio ganhou de goleada nesse quesito. Goleada de gols contra.
Para quem não acompanha de perto, o Rio é aquele estado que foi administrado pelo atual presidiário Sérgio Cabral e agora está sob a batuta de seu ex-fiel escudeiro Luiz Fernando Pezão. Há meses, o governador promete botar em dia os salários dos servidores, mas a cada dia que passa isso parece cada vez mais promessa de político.
Com tanta tristeza no ar carioca, não foi à toa que Temer levou uma sonora vaia ao comemorar os números da economia durante um evento realizado nesta quarta no Centro da cidade. Ao lado dele, estava o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, um político que parece tão eterno quanto a crise por que estamos passando.
Se em Brasília, já há pouco, quase nada ou nada mesmo a comemorar. No Rio, isso soa como deboche.
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