Richard Spencer, who leads a movement that mixes racism, white nationalism and populism, speaks at the Texas A&M University campus Tuesday, Dec. 6, 2016, in College Station, Texas. Texas A&M officials say they didn't schedule the speech by Spencer, who was invited to speak by a former student who reserved campus space available to the public. (AP Photo/David J. Phillip)

O jornalismo do Intercept Brasil é livre: sem anúncios, sem filtros de leitura, sem dinheiro de políticos ou empresas. 

Contamos com a sua ajuda para seguir revelando os segredos dos poderosos.

Apoie o jornalismo corajoso e independente.

DOE HOJE

O jornalismo do Intercept Brasil é livre: sem anúncios, sem filtros de leitura, sem dinheiro de políticos ou empresas. 

Contamos com a sua ajuda para seguir revelando os segredos dos poderosos.

Apoie o jornalismo corajoso e independente.

DOE HOJE

“Os EUA pertencem aos homens brancos”, diz fundador do movimento de extrema-direita pró-Trump

Richard Spencer, apoiador de Donald Trump que tenta normalizar o racismo ao rebatizá-lo de “direita alternativa”, discursou na Universidade Texas A&M.

Richard Spencer, who leads a movement that mixes racism, white nationalism and populism, speaks at the Texas A&M University campus Tuesday, Dec. 6, 2016, in College Station, Texas. Texas A&M officials say they didn't schedule the speech by Spencer, who was invited to speak by a former student who reserved campus space available to the public. (AP Photo/David J. Phillip)

Desta vez, pelo menos, não houve saudações nazistas. Mas Richard Spencer, o supremacista branco, apoiador de Donald Trump que tenta normalizar o racismo ao rebatizá-lo de “direita alternativa” (alt-right), fez outro discurso demagógico na terça-feira (7) à noite na Universidade Texas A&M.

Caso ainda existisse dúvida quanto à sua mensagem, o vídeo postado no Twitter por Josef Winkler, aluno do segundo ano da universidade, enojado pelas declarações de Spencer, mostraram o supremacista se vangloriando de que, devido à conquista da América do Norte por invasores europeus, a “América pertence aos brancos”.

Vídeo extraído do Twitter de Josef Winkler

https://twitter.com/josefgoldilock/status/806308805529182208

Tradução: “Isso me dá nojo”

Spencer, que cursou uma escola preparatória exclusiva em Dallas, falou das lições que aprendeu sobre a colonização do Texas com seu filme favorito, “Rastros de Ódio”, estrelado por John Wayne no papel de um ex-soldado confederado racista.

Outro vídeo de Winkler — e a transmissão ao vivo do evento completo publicada na internet pelo jornal dos alunos, The Battalion — mostra que Spencer considera Donald Trump um “herói da direita alternativa” por lembrar aos americanos aquilo que “faz a raça branca verdadeiramente especial e verdadeiramente magnífica”.


*Vídeo extraído do Twitter de Josef Winkler

Spencer também reiterou o que havia dito sobre imigração no mês passado em Washington, durante um evento que contou com saudações nazistas da plateia. Ao ser questionado sobre como justificava a sua defesa da proibição da entrada de imigrantes não europeus, Spencer disse: “porque este país é nosso”.

*Vídeo extraído do Twitter de Josef Winkler

 Spencer falou a dezenas de apoiadores, além de um grande número de manifestantes, conforme descrito pela CNN, em um salão alugado por ex-alunos.

https://twitter.com/josefgoldilock/status/806330206323691521

Tradução: “Alguns alunos protestaram em silêncio por aproximadamente uma hora”

Do lado de fora, no campus, havia pelo menos três protestos, incluindo um encontro de mais de mil manifestantes cantando “Racistas, voltem para casa!”.

Um dos manifestantes, Alison Macrina, contou ao The Intercept que o protesto no campus ocorreu próximo ao estádio de futebol americano, onde também acontecia um “comício contra o preconceito patrocinado pela faculdade, exclusivamente em resposta ao evento de Richard Spencer”.

Macrina, um ativista digital pela privacidade, de Houston, acrescentou que alguns dos alunos mais conservadores que primeiro foram para o protesto dentro do estádio, depois se juntaram à manifestação do lado de fora, “quando perceberam que o protesto de fora era enorme, pacífico e bem divertido”.

Conforme contou o The Battalion, o presidente da universidade, Michael Young, o quarterback da equipe de futebol americano da faculdade, Trevor Knight, e o sobrevivente do Holocausto Max Gleuben discursaram no protesto do estádio, que também contou com apresentações de música e dança.

No começo do dia, Spencer havia ridicularizado o protesto patrocinado pela faculdade dizendo aos repórteres que o presidente da universidade parecia temer que os alunos ouvissem o que ele tinha para dizer. “Vocês estão aqui agora porque, no fundo, sabem que a direita alternativa é o futuro”, disse Spencer na coletiva de imprensa. “Sabem que a política de identidade branca é inevitável. Sabem que a política de identidade branca vai se espalhar pelo mundo e se tornar uma força poderosa no século 21”.

Após o evento, um dos participante, um jovem com um boné da campanha de Donald Trump com os dizeres “Make America Great Again” (Faça dos EUA um grande país novamente), contou a um repórter do Battalion que ficou impressionado com as declarações de Spencer.

Disse que gostou especialmente do que Spencer disse sobre a “mudança demográfica e como lidar com ela e, como ele disse: ‘se tornar quem você realmente é’. Acho que essa é uma mensagem positiva e contundente”.

Sem anúncios. Sem patrões. Com você.

Reportagens como a que você acabou de ler só existem porque temos liberdade para ir até onde a verdade nos levar.

É isso que diferencia o Intercept Brasil de outras redações: aqui, os anúncios não têm vez, não aceitamos dinheiro de políticos nem de empresas privadas, e não restringimos nossas notícias a quem pode pagar.

Acreditamos que o jornalismo de verdade é livre para fiscalizar os poderosos e defender o interesse público. E quem nos dá essa liberdade são pessoas comuns, como você.

Nossos apoiadores contribuem, em média, com R$ 35 por mês, pois sabem que o Intercept revela segredos que a grande mídia prefere ignorar. Essa é a fórmula para um jornalismo que muda leis, reverte decisões judiciais absurdas e impacta o mundo real.

A arma dos poderosos é a mentira. A nossa arma é a investigação.

Podemos contar com o seu apoio para manter de pé o jornalismo em que você acredita?

Apoie o Intercept Hoje

Entre em contato

Conteúdo relacionado

Inscreva-se na newsletter para continuar lendo. É grátis!

Este não é um acesso pago e a adesão é gratuita

Já se inscreveu? Confirme seu endereço de e-mail para continuar lendo

Você possui 1 artigo para ler sem se cadastrar