O custo orçamentário total das guerras dos EUA desde 2001 é de US$ 4,79 trilhões (R$ 16 trilhões), de acordo com um relatório divulgado esta semana pelo Instituto Watson da Brown University. Essa é a mais alta estimativa realizada até o momento.
A autora do relatório, Neta Crawford, da Boston University, inclui em seus cálculos os juros de empréstimos, a assistência a veteranos de guerra e o custo da segurança interna.
A quantia de US$ 4,79 trilhões, que é “tão grande que chega a ser incompreensível”, foi calculada da seguinte forma:
- As guerras no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Síria e outras operações internacionais custaram US$ 1,7 trilhões (R$ 5,68 trilhões), entre 2001 e agosto de 2016, e custará outros US$ 103 bilhões (R$ 344 bilhões) a serem solicitados em 2017.
- O custo de prevenção ao terrorismo do Departamento de Segurança Interna foi de US$ 548 bilhões (R$ 1,8 trilhão) entre 2001 e 2016.
- O orçamento estimado do Departamento de Defesa foi de US$ 733 bilhões (R$ 2,45 trilhões) e os gastos com veteranos de guerra ficaram em US$ 213 bilhões (R$ 712 bilhões).
- Os juros sobre empréstimos para as guerras foram de US$ 453 bilhões (R$ 1,51 trilhão).
- O custo esperado da assistência médica a veteranos de guerra até 2053 é de US$ 1 trilhão (R$ 3.34 trilhões).
- As quantias solicitadas pelo Departamento de Defesa, Departamento de Estado e Departamento de Segurança Interna para 2017 é de US$ 103 bilhões (R$ 344 bilhões).
Em junho de 2014, a pesquisadora conduziu um estudo semelhante que estimou o custo das guerras em US$ 4,4 trilhões (R$ 14,7 trilhões). Sua metodologia se assemelha a do livro The Three Trillion Dollar War: The True Costs of the Iraq Conflict (A Guerra de Três Milhões de Dólares: O Verdadeiro Custo do Conflito no Iraque) de Linda Bilmes e Joseph Stiglitz, publicado em 2008.
Há muitos outros gastos com guerras que Crawford não inclui em seu estudo. “Não inclui aqui as despesas de governos locais e federal relacionadas à assistência médica a veteranos de guerra e à segurança interna. Também não calculei os custos de guerra macroeconômicos para a economia dos EUA”, conta a autora. Ela acrescenta que também não calculou o custo da guerra para outros países, nem tentou colocar um preço nas vidas perdidas.
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